A industrialização e a atividade humana já destruíram tantas espécies e ecossistemas que há quem acredite que estamos perante o sexto evento de extinção massiva depois do asteróide que extinguiu os dinossauros. Aliás, o impacto do homem no planeta é já tão grande que os cientistas acreditam que estamos perante uma nova era geológica: o Antropoceno.

Um novo estudo debruça-se agora sobre a atividade humana sobre os minerais, onde foram encontrados 208 gerados por ação humana. O estudo foi levado a cabo por geólogos do Instituto Carnegie e apurou que existem centenas de minerais que se formaram de forma artificial, por exemplo, através de acidentes nucleares. Estes minerais formam 4% de todos os que se conhecem e marcam a força do homem na sua manipulação nos últimos dois milhões de anos, conta o jornal espanhol ABC.

Há cerca de dois milhões de anos, o oxigénio permitiu que cerca de 5.200 tipos de minerais se formassem até aos dias de hoje, sendo que 208 são manipulados pelo homem. Estes últimos começaram a ser formados há cerca de 300 anos. Para se conseguir classificar melhor os minerais feitos pela mão do homem, os cientistas catalogaram-nos em várias categorias, de acordo com a sua origem.

  1. Produzidos de forma intencional (para construir, por exemplo, porcelanas ou cimento)
  2. Produzidos por acidente (em muros, poços de minas ou por acidentes nucleares)

Chalkonatronit, formada em Chernobil

Para além destas formas, o homem pode também criar minerais pelo simples facto de mover certas rochas para a construção de edifícios ou para extrair petróleo, por exemplo. Diamantes, rubis ou mesmo o ouro foram também alterados, na medida em que foram extraídos e posteriormente armazenados em certos lugares que não os de origem.

Ainda assim, os investigadores acreditam que existem muitos mais do que os cerca de 208 minerais alterados pelo homem. “Deve haver centenas de minerais que ainda não conhecemos dentro de minas, fornos, edifícios abandonados ou aterros onde existam baterias ou eletrodomésticos que ficam expostos no meio ambiente” afirmou Robert Downs, investigador da Universidade de Arizona e coautor do estudo.

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