Ainda mal tinha acabado a dupla audição a Mário Centeno, que teve como objeto os resultados e a reestruturação da Caixa, e já os deputados e o ministro das Finanças tentavam agendar a próxima vinda do governante à comissão parlamentar de orçamento e finanças.

“Não se podem queixar, estou aqui todas as semanas a explicar tudo.” A frase foi dita por Mário Centeno ainda durante a audição sobre o banco público, pouco depois e já fora dos microfones o ministro desabafava que não podia estar a vir ao Parlamento sempre que saia uma notícia na imprensa.

Em causa está mais um pedido de audição apresentado pelo PSD, desta vez para Centeno explicar o acordo feito entre o Estado, e quatro empresas públicas, e o banco Santander Totta sobre os contratos swap (produtos de gestão de risco financeiro). Leitão Amaro explica os fundamentos do pedido e as dúvidas do PSD sobre as vantagens deste acordo para o Estado. Esta é apenas uma das quatro audições do ministro das Finanças por agendar: uma regimental (sem tema), outra sobre a Conta Geral do Estado e ainda a das offshores que acabou por não se realizar.

O deputado Paulo Sá recorda que o PCP pediu toda a documentação sobre o tema dos swaps e defende que a audição ao ministro das Finanças deve ser agendada depois desses documentos chegarem ao Parlamento. Leitão Amaro concorda, mas lembra o que aconteceu no caso das offshores, onde foram adiadas várias audições a aguardar o relatório da Inspeção-Geral de Finanças e que este terá sido adiado sine dia, pela informação que tem vindo a ser tornada pública.

A IGF está a averiguar, a pedido do Governo, as causas do aparente erro informático que levou ao desaparecimento de milhares de transferências para paraísos fiscais que escaparam ao controlo do fisco.

Mário Centeno está disponível no dia 19 de maio, já que diz 12 deverá ser dada tolerância de ponto por causa do centenário de Fátima. Mas os deputados ainda não decidiram qual será o tema. Tudo indica que se deverão juntar a audição regimental e a Conta Geral do Estado, deixando para audições autónomas os offshores e o casos dos swaps, uma vez que nos dois casos o Parlamento aguarda pela chegada de documentação.

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