O Presidente da República disse esta terça-feira que não houve convites a autoridades brasileiras para o 10 de Junho no Brasil, mas realçou que essas autoridades estarão no seu país, com o qual Portugal tem laços “muito fraternais”.

Questionado pelos jornalistas sobre a eventual presença de autoridades brasileiras nas cerimónias do Dia de Portugal junto das comunidades emigrantes em São Paulo e no Rio de Janeiro, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, começou por referir que, “por natureza, o 10 de Junho é uma celebração de portugueses e com a presença, no caso vertente, do Presidente da República e do primeiro-ministro”.

Realizando-se no território de um Estado estrangeiro, seja ele europeu, nosso irmão na União Europeia, como foi a França, seja ele lusófono, nosso irmão na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], como é o Brasil, ou seja ele qualquer outro Estado, é evidente que não há convites a autoridades”, adiantou o Presidente, que falava no final de um almoço na ilha de São Jorge, nos Açores.

Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou, contudo, que “as autoridades desses Estados estão no seu território”, acrescentando: “e um Presidente da República ou um primeiro-ministro têm de tomar isso em linha de conta, inevitavelmente, tratando-se de países com os quais temos laços, não só de amizade, como fraternais, e no caso do Brasil muito fraternais”.

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No ano passado, as celebrações do 10 de Junho realizaram-se, pela primeira vez, uma parte em Portugal, em Lisboa, e outra parte no estrangeiro, em França, junto das comunidades emigrantes na região de Paris, e contaram com a participação do então presidente francês, François Hollande.

François Hollande recebeu Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro, António Costa, à chegada à capital francesa e depois juntou-se a eles numa cerimónia com centenas de emigrantes portugueses e lusodescendentes, no Salão de Festas da Câmara Municipal de Paris.

Este ano, o modelo será repetido, com celebrações primeiro no Porto e depois junto das comunidades emigrantes e lusodescendentes de São Paulo e do Rio de Janeiro, no Brasil, coincidindo com um momento de turbulência política naquele país, com alegações que envolvem o atual presidente, Michel Temer, num escândalo de corrupção.