A forma como consumimos conteúdo cultural mudou muito nos últimos anos, e conceitos como streaming acabaram por entrar nas nossas vidas e “assentar arraiais”. Com a internet de banda larga cada vez mais acessível, serviços como Spotify e Netflix (e recentemente o Amazon Prime Videos) acabaram por mostrar que estamos dispostos a pagar uma mensalidade que consideremos justa para o acesso a uma biblioteca vasta de conteúdo, seja música, cinema ou televisão. Os videojogos, como seria de esperar, não lhe ficaram atrás.

Serviços de subscrição de videojogos deste género não são novidade. O serviço da Electronic Arts no PC, que permite jogar jogos famosos como o FIFA, Mass Effect e The Sims já existe desde 2014 com uma anuidade de cerca de 25€ por ano e uma versão exclusiva do serviço para a Xbox One por 30€.

A Sony tinha anunciado um serviço similar em janeiro desse ano, com o lançamento oficial nos EUA a surgir apenas no início de 2015, com diferenças entre os serviços competidores. É que o PlayStation Now funciona como verdadeiro streaming, ou seja, estamos a jogar o catálogo disponível a partir de um sistema de cloud numa máquina que não a nossa, o que justifica a compatibilidade que o serviço teve (e tem até agosto deste ano) com as TVs BRAVIA e alguns modelos da Samsung.

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Infelizmente, o serviço que conta com mais de 450 jogos de plataformas atuais e anteriores da Sony ainda não se encontra disponível em Portugal, ainda que me pareça que à conversão feita do valor norte-americano (cerca de 45€ trimestrais) possa ser um pouco cara, tendo em conta o poder de compra português, mas que são justificados pelas despesas da tecnologia e de estarmos a jogar remotamente em máquinas da própria Sony.

Num mercado regional completamente dominado pela Sony PlayStation como é o Português, é curioso ver a Microsoft a tomar decisões que ajudam a agitar um pouco a competitividade das consolas domésticas. Depois do anúncio e lançamento há uma semana do Xbox Game Pass, o serviço está perfeitamente funcional com uma biblioteca de cerca de 100 jogos pelo valor fixo de 9,99€ por mês em todo o mundo.

Num sistema diferente do da sua concorrência direta, o Xbox Game Pass permite descarregar gratuitamente qualquer um dos jogos presentes na biblioteca do serviço e instalá-los diretamente na consola, como se tivessem sido adquiridos digitalmente, ficando disponíveis para serem jogados enquanto a subscrição estiver ativa.

À primeira vista podemos imaginar que este tipo de serviços de subscrição poderiam estar pejados de jogos sem interesse ou de qualidade menor, ou algum shovelware para aumentar o número de títulos disponíveis, mas depois de correr as colunas digitais do Xbox Game Pass percebemos que não. Existem jogos das gerações anteriores das consolas da Microsoft, assim como existem já grandes títulos desta geração como Halo 5: Guardians e mesmo Sunset Overdrive, apresentando um catálogo para todos, que inclui jogos mais familiares como de Blob (1 e 2) e LEGO Batman, assim como jogos retro como as coletâneas Sega Vintage Collection e Mega Man Legacy Collection.

O Xbox Game Pass apresenta-se assim como uma boa oferta de serviço de conteúdos de subscrição para uma consola que infelizmente não tem recebido muitos títulos exclusivos nos últimos meses. Um serviço que permite um período de teste gratuito de 14 dias onde permite a qualquer um perceber se o catálogo apresentado justifica a mensalidade.

Ricardo Correia, Rubber Chicken