A ONU considerou, esta sexta-feira, “inaceitável” um eventual encerramento da cadeia de televisão Al Jazeera do Qatar, uma das exigências feitas pela Arábia Saudita e respetivos aliados, que deram um prazo até 4 de julho para o fecho da estação.

“Que se lembrem ou não, o que vocês desejam ou não, que estejam de acordo ou não, com os pontos de vista editoriais, as cadeias da Al Jazeera em árabe e em inglês são legítimas e têm milhões de espetadores” sublinhou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, num comunicado.

A exigência de um encerramento é, do nosso ponto de vista, um ataque inaceitável ao direito e à liberdade de expressão e de opinião”, acrescentou.

A 5 deste mês, a Arábia Saudita, Bahrein, Egito e Emiratos Árabes Unidos cortaram relações diplomáticas com o Qatar, acusando-o de apoiar o terrorismo e de se aproximar do Irão xiita, grande rival regional do regime saudita.

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A tensão subiu de tom após o envio a Doha de uma lista de 13 exigências dos quatro países. O Alto Comissário da ONU acredita que o “alarmante conflito atingiu um nível” superior após a apresentação das exigências ao Qatar, que afetam “várias liberdades e direitos fundamentais”, entre eles o encerramento da Al Jazeera.

Os quatro países, que apresentaram também o conjunto de exigências na ONU, deram um prazo até 4 de julho para que o Qatar as cumpra.

“Insistir para que as cadeias de televisão sejam encerradas é um facto sem precedentes e claramente irrazoável”, insistiu o Alto Comissário, alertando para o facto de, se tal acontecer, “poderá abrir uma Caixa de Pandora” que servirá os interesses dos “Estados mais poderosos”.