O editor da Al Jazeera Mohamed Moawad revelou que a família do correspondente do canal televisivo na Faixa de Gaza morreu durante um ataque aéreo israelita ao enclave palestiniano.

Segundo Moawad, o jornalista Wael Dahdouh foi informado da morte da mulher e dos dois filhos, Mahmoud, que estava no último ano do liceu, e Sham, de sete anos, enquanto cobria “os ataques ininterruptos” a Gaza. Também o neto recém-nascido é uma das vitimas mortais do ataque. A publicação é acompanhada por um vídeo no qual se pode ver o repórter no hospital para onde foram levados os familiares, que estariam escondidos num abrigo.

“O que aconteceu é claro, trata-se de uma série de ataques dirigidos a crianças, mulheres e civis. Acabei de fazer uma reportagem em Yarmouk sobre um ataque deste tipo, e os ataques israelitas têm visado muitas áreas, incluindo Nuseirat”, disse Wael Dahdouh à Al Jazeera, à saída do hospital.

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“Tínhamos dúvidas de que a ocupação israelita não deixaria estas pessoas partir sem as castigar. E, infelizmente, foi isso que aconteceu. Esta é a zona ‘segura’ de que o exército de ocupação falou”, acrescentou.

A família do jornalista estava a viver numa casa no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, onde procuraram refúgio depois de terem sido deslocados do seu bairro, na sequência do apelo do primeiro-ministro israelita para que todos os civis se deslocassem para sul. Dahdouh ficou na cidade de Gaza para continuar a cobrir a ofensiva israelita na Faixa de Gaza.“Os aviões israelitas atacaram a casa”, afirmou um jornalista da Al Jazeera.

Alguns membros da família de Dahdouh, incluindo uma neta, sobreviveram ao ataque. No local, estão a decorrer operações para resgatar pessoas dos destroços.

Em comunicado, a Al Jazeera condenou o ataque e apresentou “as suas sinceras condolências e simpatia” ao jornalista. “A Al Jazeera está profundamente preocupada com a segurança e o bem-estar dos nossos colegas em Gaza e considera as autoridades israelitas responsáveis pela sua segurança”, pode ler-se no comunicado.

Até ao momento, Israel não comentou a acusação.