O secretário-geral da CGTP deixou esta sexta-feira, em Castelo Branco, um aviso ao Governo “para deixar de brincar com coisas sérias” e adiantou que tem que apresentar as listas dos trabalhadores precários.

O processo abriu-se. Cá estamos para o resolver o mais rápido possível. Na prática, falta transparência e informação, pois temos mais de 100 mil trabalhadores com vínculos precários e apenas 26 mil apresentaram o requerimento”, afirmou Arménio Carlos durante um plenário distrital de delgados, dirigentes e ativistas sindicais.

A CGTP aguarda para que o Governo disponibilize as listas dos trabalhadores com vínculo precário, recusando “qualquer medida” que vise contratar parte desses funcionários, mas que implique o despedimento de outros. O sindicalista deixou o aviso ao Governo sob pena de a intersindical “ter que dar outro tipo de sequência ao processo”.

Deixou ainda um apelo ao ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, para que, “em vez de complicar”, as comissões funcionem “para simplificar e que se aplique aqui o princípio do Simplex”.

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Arménio Carlos explicou que vivemos num quadro marcado pelo crescimento económico, facto que valoriza. Contudo, sublinhou também que este é também o momento para exigir outro tipo de reformas ao Governo.

“Também é verdade que se há crescimento económico este é também o tempo de distribuir os rendimentos de outra forma e tem que haver aumento de salários”, frisou.

O líder da CGTP-IN disse que as coisas melhoraram um pouco no país, mas sublinhou que não se pode ser “ingénuo”, visto que os problemas estruturais não foram resolvidos: “Os problemas estruturais estão aí, não foram mexidos”.

Arménio Carlos disse ainda que é necessário encontrar uma solução para os desempregados de longa duração, uma exigência da CGTP à qual o Governo ainda não respondeu. “Tem que se encontrar uma solução para estes homens e mulheres”, sublinhou.

A proposta da central sindical passa por deixar de penalizar os trabalhadores com 40 anos de carreira contributiva.

O sindicalista disse que o argumento que, certamente o Governo irá utilizar para rejeitar esta proposta, passa pelo argumento da sustentabilidade da Segurança Social.

“Vamos provar que a proposta não põe em causa a sustentabilidade da Segurança Social”, sustentou.

O sindicalista adiantou que se entrarem no mercado de trabalho 60 mil desempregados, a Segurança Social deixa de pagar as contribuições e passa a recebê-las.

“Criando mais postos de trabalho mais sustentabilidade tem a Segurança Social. Esta vai ser a discussão que vamos ter nos próximos anos”, concluiu.