O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, admite ter aceitado presentes para assistir a festivais de música e a uma final da supertaça.

Assisti a festivais de música e fui assistir a uma final da supertaça. Mas não tenho por hábito assistir a jogos de futebol.”, afirma Pedro Nuno Santos, numa entrevista à TSF.

Declarações feitas dias após os secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria terem pedido a exoneração dos seus cargos, a propósito do caso Galpgate.

Galpgate. Três secretários de Estado exonerados são suspeitos do crime de recebimento indevido de vantagem por viagens no Euro 2016

O governante admite que teria tido a mesma atitude que os ex-secretários de Estado se tivesse na mesma posição, referindo que “a condição de arguidos não é compatível com os cargos que estavam a ocupar”.

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Ainda assim, defende que os ex-governantes não fizeram nada de mal e justifica a decisão do Governo de criar um código de conduta que regulamente os presentes dados a governantes.

“A conduta de quem exerce cargos públicos e a forma como é percecionada pela sociedade vai evoluindo. E hoje há algumas práticas que, não sendo ilegais, não são aceites pelo cidadão e que eram há 20 anos. Obviamente hoje nós temos consciência de que a reação é diferente do que era no passado”, afirma Pedro Nuno Santos.

O secretário de Estado descarta ainda a relação, feita “por alguns” de forma precipitada e “oportunista”, entre o incêndio em Pedrógão Grande e o assaltos aos paióis de Tancos e a austeridade, de hoje e a que se viveu no passado.

As informações que o Governo tem, acrescenta, dizem precisamente o contrário. “No caso de Tancos e de Pedrógão, nós não temos neste momento informação — temos informação que nos diz o contrário — de que estes sejam acontecimentos motivados pela austeridade presente ou passada.”, afirma Pedro Nuno Santos à TSF.

Ainda assim, o socialista destaca a necessidade de “aumentar o investimento nos serviços públicos. “Isso é uma prioridade para o PS”, acrescenta.

Pedro Nuno Santos avalia ainda a postura do Governo relativamente a estes acontecimentos, considerando que o Executivo “esteve claramente à altura”. Diz, no entanto, que “nenhuma ação política está ausente de falhas”.