Jude Sparks, de apenas nove anos, fez uma descoberta paleontológica acidentalmente. Tudo aconteceu em novembro do ano passado, quando Jude e a sua família passeavam em Las Cruces, no Novo México, nos Estados Unidos. A criança e os irmãos corriam e brincavam, enquanto faziam experiências com walkie-talkies, quando Jude chocou com algo que o intrigou.

Quando Jude olhou para aquilo que estava à sua frente viu dois grandes dentes, fossilizados, que saíam da terra, relata o The Washington Post.

Eu não sabia o que era, eu só sabia que não era normal”, disse Jude ao KVIA News.

Os pais, depois de fotografarem o achado, procuraram ajuda na Internet e encontraram Peter Houde, um professor de biologia na Universidade do Novo México.

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Houde afirma que todos os anos recebe diversos e-mails de pessoas que dizem ter descoberto fósseis –que na maior parte das vezes acabam por revelar-se rochas normais. Mas esta descoberta foi diferente.

O professor conseguiu comprovar que se tratava do fóssil de um crânio, praticamente intacto, de um stegomastodon.

Eles enviaram-me uma foto na sexta-feira à noite e eu consegui logo perceber que se tratava de um crânio ou de uma mandíbula qualquer, eu conseguia ver os dentes”, disse Houde ao The Washington Post.

A espécie, atualmente extinta, trata-se de um antigo parente dos elefantes que tinha dois dentes enormes curvados para cima, com quase nove metros de altura. Segundo a publicação feita por Houde, esta é uma descoberta rara já que os dentes do animal estiveram expostos na superfície.

Os fósseis deste animal são raramente encontrados neste área. E são extremamente frágeis, apesar do seu tamanho”, afirma Houde.

Se Jude tivesse tentado remover o fóssil, o mais provável é que o tivesse partido, acrescentou o especialista.

Só vários meses da descoberta é que a equipa de Houde teve permissão para iniciar as escavações na propriedade, diz o comunicado de imprensa da Universidade.

Jude entretanto fez 10 anos e disse à KVIA News que a maioria dos seus amigos não acredita que ele encontrou um fóssil com mais de um milhão de anos.

Hude, que continua a estudar o fóssil, afirmou que a descoberta poderá ser exibida ao público em breve, no Museu Vertebrado da Universidade Estatal do Novo México.

Esta não foi a primeira vez que alguém, por acidente, descobriu um fóssil milenar.

Em 2014, durante uma despedida de solteiro no Elephant Butte State Park, no sul do Novo México, foi descoberto um crânio fossilizado, quase completo, também de um stegomastodon, que está atualmente exposto no Museu de História Natural, do Novo México.

No ano seguinte, em 2015, Wylie Brys, de quatro anos, passou por cima de fósseis de um nodossauro, enquanto explorava as terras nas traseiras de um centro comercial em Dallas.