Pedro Passos Coelho considerou o fato de a agência de rating Moody’s ter alterado a perspetiva da dívida portuguesa de estável para positiva uma “boa notícia para a economia portuguesa”, acrescentando que “os mercados desconfiaram da solução de Governo que acabou por vingar em Portugal depois das eleições”.

“Em 2014 tivemos as agências de rating a colocar a dívida portuguesa num outlook positivo. Um ano depois, com a solução eleitoral que acabou por vingar [após as eleições legislativas], houve de certa maneira um compasso de espera e, por isso, um tempo que se perdeu para recuperar o rating da República Portuguesa”, afirmou o líder do PSD, este sábado, em declarações aos jornalistas.

Moody’s mantém dívida no nível de “lixo” mas muda perspetiva para positiva

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Para o ex-primeiro-ministro, esta desconfiança não se “refletiu nas agências”, mas sim no “comportamento do investimento no país em 2016”. “Quer no final de 2015, quer nos primeiros trimestres de 2016, o investimento recuou. As pessoas adiaram as suas decisões, ficaram à espera.” Passos Coelho sublinhou, ainda, que o Governo só foi “muito bem sucedido” a atingir a meta do défice no passado porque pôs em prática “um plano B com medidas extraordinárias e com mais recursos financeiros, mas sobretudo com cativações muito fortes — portanto bloqueando a despesa de investimento e muita da despesa corrente do Estado”.

“Isso deu quer aos investidores, quer às agências de rating a noção de que o Governo estava comprometido com esses objetivos e isso melhorou a perspetiva de futuro. Pena que o Governo não tivesse, desde o início, posto em prática políticas que nos permitissem não desperdiçar esse tempo e ganhar o ano de 2016 para, no início deste ano, ter a subida do rating como era desejada.”

O ex-primeiro-ministro disse esperar que, em 2018, se possa “concretizar essa melhoria do rating“, sublinhando que “o próximo passo mais relevante” é que a dívida portuguesa seja considerada uma “boa dívida de investimento”. “É bom que o Governo cumpra aquilo que é o objetivo do défice e preste também atenção ao rácio da dívida pública, que será importante para as agências de notação.”