Perto de 1.200 empresas iniciaram o processo para retirarem a sede social da Catalunha em menos de três semanas de crise política, desde o referendo sobre a independência, indicam dados divulgados esta sexta-feira pelo registo comercial espanhol.

Entre 2 de outubro, o dia a seguir à consulta popular que tinha sido considerada ilegal pela justiça espanhola, e quarta-feira, dia 19, 1.185 empresas deslocalizaram a sede social da Catalunha. Na quarta-feira, dia 19, atingiu-se um pico com 268 transferências, no dia em que Madrid confirmou a sua intenção de suspender parcialmente a autonomia da Catalunha, com os dirigentes separatistas da região a ameaçarem declarar unilateralmente a independência.

Durante este período, apenas 52 empresas se instalaram na Catalunha. A região tem no total 500 mil empresas e representa 19% do Produto Interno Bruto (PIB) espanhol. Estas mudanças têm envolvido empresas de todas as dimensões, desde os bancos CaixaBank e Sabadell, ao grupo Gas Natural, a empresas de média dimensão.

Um inquérito efetuado pela PIMEC, confederação patronal que representa as pequenas e médias empresas da Catalunha, indicou que cerca de 1.300 empresas com menos de 250 empregados também decidiram mudar a sua sede social, sem, no entanto, terem iniciado as formalidades administrativas.

Perto 35% das empresas questionadas consideram que a crise atual as prejudica economicamente e 19% garantem ter congelado os seus investimentos ou ter intenção de fazê-lo.

O Governo espanhol já reviu em baixa as suas previsões de crescimento para 2018 (de 2,6% para 2,3%) devido a uma redução da procura causada pela incerteza gerada pela crise.

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