Num resultado de três para dois, a FCC, autoridade reguladora para as comunicações americana, votou a favor do fim da neutralidade da rede nos Estados Unidos da América. A legislação tinha sido aprovada em 2015, durante o mandato de Barack Obama, mas assim que esta alteração entrar em vigor (daqui a cerca de dois meses), as operadoras de telecomunicações norte-americanas passam a poder vender pacotes de Internet que permitem o acesso a apenas alguns conteúdos da rede, e não a todos, como tem sido norma até ao momento.

A reunião da FCC que decorreu esta quinta-feira foi interrompida inesperadamente por motivos de segurança. A votação estava empatada e quando o polémico presidente da autoridade reguladora de comunicações americana, Ajit Pai, estava a discursar recebeu um papel de uma secretária. Logo nesse momento, avisou todos os presentes para saírem da sala de reuniões. Segundo a CNN, foram evacuados com o aviso “deixem tudo na sala exceto o vosso corpo”. Depois de a polícia entrar na sala com cães para farejar possíveis aparelhos perigos, a reunião foi retomada 10 minutos depois, sem justificação dada pela comissão.

Estados Unidos votam esta quinta-feira o fim da neutralidade da rede

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Ajit Pai, presidente da FCC, afirma que com esta alteração se “está a promover a livre concorrência no mercado”. Esperam-se nos próximos meses vários protestos e tentativas de reverter a decisão da FCC. Uma das comissárias que votou contra afirmou que esta decisão é “a nova forma como a FCC funciona, onde não se ouve a vontade das pessoas”.

Com o fim da neutralidade da rede nos EUA, a Internet está em risco?

O que é a neutralidade da rede? É o princípio que rege as leis da Internet e que proíbem as operadoras de telecomunicações de discriminar o acesso a conteúdos. É graças à neutralidade da rede que os pacotes de acesso à Internet não funcionam como na televisões, em que só se pode aceder a canais pré-definidos pelas operadoras. Ao abolir as normas em vigor, nos Estados Unidos da América as operadoras poderão começar a cobrar mais pelo acesso a determinados sites em detrimento de outros.