Nuno Artur Silva vai deixar a administração da RTP. A informação está a ser avançada pelo Expresso, que também indica que o atul presidente Gonçalo Reis foi convidado pelo Conselho Geral Independente para cumprir um novo mandato de três anos na estação do Estado. Cristina Vaz Tomé cessará igualmente funções como administradora da empresa.

A decisão do Conselho Geral Independente surge semanas depois de a Comissão de Trabalhadores da RTP denunciar um “claro conflito de interesses” entre o lugar de administrador que Nuno Artur Silva ocupa e a ligação deste às Produções Fictícias, empresa de que Artur Silva é proprietário. “A RTP mantém há três anos como administrador o proprietário de uma produtora [Produções Fictícias] e de um canal concorrente [Canal Q] da própria empresa”, refere uma nota da Comissão de Trabalhadores intitulada “Conflitos de Interesses”. No mesma nota, são ainda referidos o nomes de Daniel Deusado e Virgílio Castelo como fazendo parte de um “grave problema de supervisão” na estação pública. “A atual RTP tem um diretor de programas [Daniel Deusdado] que passou a sua produtora de vídeo [Farol de Ideias] para a posse da mulher (…) e um colaborador [Virgílio Castelo, contratado como consultor] que emite pareceres sobre a aquisição de projetos de ficção em que participa como ator”, lê-se.

Recorde-se que quando assumiu funções como administrador, em 2015, Nuno Artur Silva prometeu vender a empresa Produções Fictícias. Contudo, até agora, tal não aconteceu. A RTP está no entanto proibida de fazer negócios com a produtora.

Numa reunião com os Comissão de Trabalhadores na passada quinta-feira, o administrador, agora cessante, afirmou que a lei não o “obriga” a tal. Foi pelo menos isso que explicou a Comissão na nota emitida: “Confrontado com os factos [de conflito de interesses], Nuno Artur Silva realçou que não tem tarefas de administração na Produções Fictícias e que, tendo passado [a sua ligação às Produções Fictícias] pelo crivo do Conselho Geral Independente e CReSAP [Comissão de Recrutamento e Selecção para Administração Pública], nada o impede de manter a posse do Canal Q”.

O Observador tentou contactar Nuno Artur Silva mas tal não foi até ao momento possível.

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