Já ouviu falar em cryptojacking? Trata-se de uma invasão de hackers com o propósito de explorar as chamadas criptomoedas, como as bitcoins. A nuvem da Tesla terá sido terreno para os piratas minerarem, de acordo com a firma de cibersegurança RedLock.

Mas a casa de Palo Alto não foi a única vítima de um ataque deste tipo, com outras grandes empresas, incluindo a seguradora britânica Aviva e a holandesa Gemalto, a terem sido igualmente alvo de violação cibernética. Contudo, conforme avança a CNBC, a invasão que visou o sistema da Tesla foi a mais sofisticada, pois os hackers recorreram a múltiplos expedientes para apagarem o seu rasto, na tentativa de não serem detectados.

O seu carro está a salvo dos hackers? De certeza?

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Segundo a RedLock, os hackers entraram no Kubernetes da Tesla – um sistema concebido pela Google para optimizar aplicações em nuvem, que não estava protegido por senha. Além de acederem e poderem expor um completo banco de dados com informações sigilosas acerca dos veículos da marca norte-americana, os piratas informáticos instalaram um software chamado Stratum, com o objectivo de tirar partido do poder de computação da nuvem para minerar ilegalmente criptomoedas e, com isso, fazer milhões. Para não levantar suspeitas, tomaram medidas para evitar a detecção, inclusive um modo de uso reduzido de hardware – um dos indicadores que um processador está a ser usado para obter bitcoins.

O facto de a Tesla ter sido alertada pela RedLock permitiu à empresa liderada por Elon Musk reagir prontamente, com um porta-voz da marca a assegurar que não há danos de gravidade, do ponto de vista da segurança. “O impacto parece estar limitado apenas aos veículos de teste de engenharia utilizados internamente, e a nossa investigação inicial não encontrou indícios de que a privacidade do cliente ou a segurança do veículo tenham sido comprometidas”, garantiu.

O mesmo responsável lembrou ainda que a Tesla tem um programa de recompensas para detectar bugs, justamente com o intuito de identificar vulnerabilidades no seu sistema e, assim, poder corrigir essas falhas.

Numa altura em que se caminha para automóveis cada vez mais conectados, convém lembrar que há riscos associados. Neste caso, em concreto, os hackers queriam apenas “cultivar” moeda digital, mas poderiam ter outras intenções – desde apropriar-se e fazer um uso indevido de dados dos clientes a, até mesmo, assumir o controlo de algumas funcionalidades dos veículos.