O construtor espanhol Seat decidiu autonomizar a Cupra, termo que, até aqui, identificava as suas versões mais desportivas. Uma vez independente – isto da independência, na Catalunha, parece ser o que está a dar –, a Cupra vai à guerra contra os melhores no próximo Salão de Genebra, que arranca com as hostilidades já amanhã, dia 6.

Além de uma versão vitaminada do SUV Ateca, com 300 cv, a Cupra vai expor no certame helvético o e-Racer, na prática um Leon TCR, de aspecto similar aos que disputam o campeonato de carros de turismos (TCR), mas desta vez 100% eléctrico. Não são ainda conhecidos muitos detalhes, mas sabe-se já que o modelo de corridas está equipado com um motor eléctrico que, em condições normais, fornece 402 cv, mas que em curtos períodos pode atingir 670 cv.

Alimentado por baterias com uma capacidade de 65 kWh, o e-Racer coloca o seu único motor na traseira, sendo por isso mesmo um tracção atrás, ao contrário do que acontece hoje com o Seat Leon TCR a gasolina. Este possui motor e tracção às rodas da frente, cuja potência se fica pelos 350 cv, enquanto o e-Racer pode atingir picos de 670 cv e onde conta, à saída das curvas e no início das rectas, onde os cavalos a mais fazem a diferença.

Nem tudo não trunfos para o carro de competição eléctrico, uma vez que o e-Racer acusa mais 300 kg de peso do que o actual Leon TCR a gasolina, cortesia das baterias que tem de transportar a bordo. Também surgem diferenças na distribuição do peso pelos dois eixos, mas aí em favor do e-Racer, que coloca 60% do peso atrás, e o restante à frente, ao contrário do Leon TCR, que obriga a frente a carregar com 60% da massa, valor que sobe ainda mais nas travagens e à entrada das curvas, esforçando demasiado os pneus, perdendo eficácia e agilidade.

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À semelhança dos veículos eléctricos que o Grupo Volkswagen vai passar em breve a produzir em série (a Seat e a Cupra também), o e-Racer tem a capacidade de gerar energia durante a travagem – em competição não se pratica a desaceleração, a menos que se esteja a regressar às boxes, depois da corrida –, com o piloto a poder optar pela quantidade de energia a produzir, um pouco à semelhança do que já acontece hoje com o Volkswagen e-Golf.

A Cupra está decidida a continuar o desenvolvimento do e-Racer, tendo em vista viabilizar um campeonato TCR, mas 100% eléctrico. Ao fim e ao cabo, está a fazer com o e-Racer o que fez há uns anos com o Leon do troféu monomarca, que depois criaria as bases para o actual TCR.

O CEO da Seat, Luca de Meo, avança com o que pode esperar em Genebra:

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