O líder do partido anti-imigração Liga, Matteo Salvini, garante que o seu partido está em condições de formar governo em Itália. Isto apesar de as últimas projeções indicarem que mesmo se houver uma aliança com a Forza Italia, de Silvio Berlusconi, não será suficiente para formar maioria absoluta. A coligação de direita que partilha com outros partidos tem “o direito e o dever de governar”, afirmou — acrescentando que quem deve ser primeiro-ministro deve ser ele próprio.

“A equipa que deve governar é a de centro-direita. Mantenho a minha palavra e o meu compromisso, que é com a coligação de centro-direita, que ganhou e pode governar”, disse em conferência de imprensa.

Salvini, nas primeiras declarações após o resultado de domingo (exceto um tweet a dizer “obrigado”), disse que o seu partido ganhou as eleições e garantiu que vai governar nos próximos cinco anos. De resto, o responsável garantiu que está fora de questão uma aliança com o Movimento Cinco Estrelas, já que seria um exemplo de “coligações estranhas” que Salvini não quer.

O líder da Liga defendeu, também, que o que lhe importa são os italianos, e não as taxas de juro da dívida pública nem Berlim. Matteo Salvini agradeceu o apoio da francesa Marine Le Pen “nas horas mais difíceis” e criticou Emmanuel Macron por estar a copiar as políticas que a líder da Frente Nacional apresentou durante a campanha eleitoral.

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“O euro é um erro e [a moeda única] está destinada a fracassar”.

Segundo os resultados parciais das eleições legislativas, quando estão contados dois terços dos boletins, a coligação formada pela Força Itália, de Silvio Berlusconi, a Liga e o pequeno partido Irmãos de Itália obteve cerca de 37% dos votos.

Na coligação, é a Liga, de Matteo Salvini, formação eurocética e anti-imigração, aliada de Marine Le Pen (do partido de extrema-direita francês Frente Nacional) na Europa, que ocupa a liderança da corrida eleitoral.

A Liga passou de 5% dos votos nas eleições de há cinco anos para quase 18% no domingo, enquanto a Força Itália terá reunido 14%.

Com a vitória do Movimento 5 Estrelas, é impossível não sentir o terramoto populista e eurocético

Líder do Movimento Cinco Estrelas fala de resultados “históricos”

O líder e candidato do Movimento Cinco Estrelas (M5S), Luigi di Maio, qualificou hoje de “históricos” os resultados obtidos pela sua formação nas eleições de domingo em Itália, em que o partido foi o mais votado.

“É um belo dia, apesar da chuva”, comentou aos meios de comunicação, em Roma. Di Maio, candidato a primeiro-ministro de Itália, qualificou os resultados “históricos” e assegurou ter sentido uma emoção “indescritível”.

O líder histórico e deputado do M5S, Alessandro di Battista, qualificou os resultados de “apoteóticos” durante a noite eleitoral e abriu a possibilidade de estabelecer pactos com outros partidos para formar um governo estável.

“O resto terá de vir falar connosco”, declarou di Battista.

Está previsto que Di Maio faça uma conferência de imprensa durante a tarde para comentar os resultados, cujo escrutínio ainda não foi concluído.

No momento, limitou-se a agradecer o consenso reunido: “Agradecemos a todos os que nos apoiaram e que foram próximos”, escreveu no seu perfil oficial no Facebook.