O Presidente da República afirmou esta segunda-feira que Portugal converge com a Grécia relativamente a pontos essenciais do futuro da União Europeia e compreende e apoia “o exemplo grego” em matéria de acolhimento de refugiados.

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante uma receção à comunidade portuguesa na Grécia, no salão de um hotel na Praça Syntagma, no centro de Atenas.

“A Constituição Portuguesa fala na dignidade da pessoa humana, e nós levamos mesmo a sério esse apelo imperativo constitucional: respeitar cada uma e todas as pessoas de carne e osso, sejam quem sejam, venha de onde provenham. E daí a nossa posição sobre migração e sobre refugiados”, declarou.

Numa intervenção de cerca de dez minutos, perante perto de 200 pessoas, o chefe de Estado acrescentou: “E daí a nossa abertura desde sempre, compreendendo e elogiando o exemplo grego — mas apoiando-o, não é compreender em teoria, sem o apoiar. Apoiando-o, com uma disponibilidade em termos de acolhimento, reinstalação em Portugal daqueles que o quiserem”.

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Marcelo Rebelo de Sousa frisou que o Estado português não força as pessoas a ficarem em Portugal, e referiu que esta matéria une todos os partidos e parceiros económicos e sociais.

“Não forçamos. Não forçamos à chegada, não forçamos à permanência. E é bom que isso seja compreendido. Respeitamos a liberdade de pessoas livres. Mas estamos atentos, e estamos humanamente empenhados, como um todo. Não há neste ponto, como em muitos outros, divisão entre partidos, entre parceiros económicos e sociais relativamente a matéria de migrações e de refugiados. Falamos a uma só voz”, disse.

Neste contexto, o Presidente da República assinalou “a missão muito específica” que elementos das Forças Armadas e das forças de segurança de Portugal têm tido na Grécia, contribuindo para a defesa e segurança da União Europeia, bem como “o papel de jovens voluntários que por aqui têm passado e aqui têm estado presentes”, a quem agradeceu.

Mais no início do seu discurso, o chefe de Estado considerou que Portugal e Grécia têm uma “visão comum em pontos muito sensíveis relativamente ao futuro da União Europeia, para qual, no seu entender, “os próximos meses e os próximos anos vão ser cruciais”.

“Portugal e Grécia convergem em facetas essenciais daquilo que vai ser discutido”, reforçou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “há casos que são óbvios, é o que se passa com as migrações e os refugiados”, mas também há posições comuns noutros domínios como a conclusão da União Económica e Monetária, o quadro financeiro plurianual e “o posicionamento político-institucional interno e externo da União Europeia”.