Lembra-se de ouvir falar de Ata? Os restos mumificados de um pequeno humanoide — de menos de 15 centímetros — encontrados em Atacama, no Chile, há 15 anos? Pois bem, na altura muitas foram as teorias que surgiram sobre a quem pertenceriam. Houve mesmo quem pensasse tratar-se de um extraterrestre. Os cientistas analisaram agora o seu ADN e acreditam que se trata de uma criança que nasceu morta ou que morreu ao nascer.

Imagem retirada do documentário “The Sirius Alien”/Youtube

O estudo mais recente, elaborado em parceria com investigadores da Universidade de São Francisco, revela que Ata foi uma menina mestiça. Mais: o estudo conclui que Ata tinha mutações em pelo menos sete genes que são conhecidos por causar malformações esqueléticas ou acelerar o seu desenvolvimento, o que explica a sua estranha estrutura. Em 2013, Garry Nolan, professor de microbiologia e imunologia da Universidade de Stanford, na Califórnia, já tinha chegado à conclusão de que Ata era humana, mas não conseguia ainda justificar o seu aspecto.

Apesar de este caso ter começado como uma história sobre extraterrestres, é na verdade sobre a tragédia humana”, disse Nolan ao jornal The Guardian, acrescentando que “agora é certo que se trata de um esqueleto humano, com uma fascinante história genética que nos permite aprender elementos importantes.”

Os restos mortais de Ata foram encontrados em 2003, em La Noria, uma antiga vila mineira, e desde logo despertaram a atenção dos cientistas devido à sua estranha figura: apesar da altura muito pouco comum, os ossos apresentavam características de uma criança de seis ou oito anos. Para além disto, Ata apresentava apenas dez pares de costelas — em vez dos habituais 12 que o ser humano apresenta — e a cabeça em forma oval, características que eram apontadas como uma das maiores provas da existência de vida para além da Terra.

Imagem retirada do documentário “The Sirius Alien”/Youtube

Para além das malformações ósseas, aquela menina poderá ter sofrido de uma hérnia diafragmática congénita, um defeito congénito que não permite o desenvolvimento adequado do diafragma. O investigador disse ao jornal britânico que “compreender este processo pode ajudar a desenvolver terapias e medicamentos para auxiliar pessoas com problemas de ossos ou vítimas de graves acidentes”.

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