A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, acusou hoje a Frelimo, no poder, e os órgãos eleitorais de estarem a protagonizar uma fraude antecipada, através da inscrição de eleitores sem direito a voto nas eleições autárquicas de outubro. Em conferência de imprensa realizada em Maputo, o mandatário nacional da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), André Majibire, denunciou uma alegada movimentação de funcionários públicos para se inscreverem em vilas e cidades onde vão decorrer as eleições autárquicas.

“Há casos de cidadãos, sobretudo professores, enfermeiros entre outros profissionais, que estão a ser coagidos pelo partido no poder, estão a ser obrigados a irem recensear-se dentro do raio autárquico”, declarou André Majibire. O mandatário nacional da Renamo disse que o partido tem conhecimento de casos de pessoas que saíram do distrito de Montepuez, na província de Cabo Delgado, norte do país, para se inscreverem em municípios da província de Nampula, também no norte. Dentro da província da Zambézia, continuou, há situações de pessoas deslocadas de áreas fora da jurisdição autárquica para se recensearem em áreas que vão acolher as eleições municipais.

O mandatário nacional da Renamo acusou ainda líderes comunitários afetos à Frelimo de estarem a “arrancar” cartões de eleitores para colocarem nomes de cidadãos sem direito a voto na província de Tete, centro de Moçambique. “Achamos nós que é uma manobra que consubstancia fraude antecipada”, declarou André Majibire. A Lusa não obteve até ao momento qualquer posicionamento da Frelimo nem dos órgãos eleitorais moçambicanos sobre estas acusações. As eleições autárquicas moçambicanas, as quintas na história de Moçambique, vão decorrer em 53 cidades e vilas e o recenseamento eleitoral para o escrutínio abrange apenas eleitores residentes nessas áreas.

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