A Fórmula 1 (F1), enquanto disciplina rainha do desporto automóvel deve muito à Brabham e esta, enquanto equipa e fabricante, deve tudo à F1. Foi criada em 1960 por dois australianos, Jack Brabham e Ron Tauranac e além de 30 anos de competição, em várias categorias, mas sobretudo F1, ficou na história como a única marca que venceu um campeonato do mundo (1966) com um piloto conduzindo um carro com o seu nome. Mas a Brabham e os seus engenheiros vão igualmente ficar na memória por terem inovado, introduzindo na F1 as suspensões hidropneumáticas e os discos de travão em carbono, além do impressionante Brabham BT46, o carro ventoinha, que de tão eficaz seria banido da competição.

Se a história da Brabham é rica, tudo indica que o futuro também promete, com o construtor a estrear-se como fabricante de um supercarro, para já destinado a ser utilizado apenas em pista. Denominado BT62, o modelo é tão atraente quanto impressionante, pretendendo bater-se de igual para igual com veículos como o McLaren Senna GTR.

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Os imensos apêndices aerodinâmicos, o splitter à frente e a imensa asa traseira geram em conjunto um força de 1.200 kg, o que será mais que suficiente para colar o BT62 ao solo, ou até permitir-lhe circular pelo tecto de um túnel, de cabeça para baixo, a partir de determinada velocidade, uma vez que o Brabham pesa apenas 972 kg.

Integralmente em fibra de carbono, de forma a conseguir a desejada rigidez e peso reduzido, o BT62 monta um motor 5.4 V8 sem sobrealimentação, capaz de gerar 710 cv (522 kW) e um binário de 667 Nm. Novidades sobre a velocidade máxima ou a capacidade de aceleração ainda não existem, mas com uma relação de peso/potência de 730 cv por tonelada, vão ser decididamente impressionantes.

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A marca vai produzir apenas 70 unidades do BT62, para assinalar os 70 anos da Brabham, com os primeiros 35 a exibirem decorações alusivas às grandes vitórias dos carros de F1. Tudo por 1,13 milhões de euros a unidades, obviamente antes de impostos.

Liderado por David Brabham, o mais novo dos três filhos de Jack e também ele um piloto consagrado – correu em F1, venceu a American Le Mans Series em 2009 e 2010, e as 24 Horas de Le Mans em 2009 – o fabricante pretende regressar à competição, com ênfase para as 24 Horas de Le Mans, não estando afastada a possibilidade de regressar à F1 como equipa e construtor, nem produzir uma versão de estrada do BT62.