A justiça alemã voltou a pedir a extradição de Carles Puigdemont ao tribunal de Schleswig-Holstein para que possa ser julgado em Espanha pelos alegados crimes de rebelião e sedição. O novo pedido surge na sequência dos mais recentes acontecimentos na Catalunha — onde o governo central de Mariano Rajoy voltou a aplicar o Artigo 155 para bloquear o governo independentista de Joaquim Torra — e das informações remetidas pelas autoridades espanholas ao Ministério Público alemão.

O risco de perturbação de ordem pública foi também o argumento usado pelo Procurador-geral alemão para sustentar um novo pedido de detenção do antigo líder da Catalunha, requerimento esse que já foi negado pelo mesmo tribunal daquela região do norte da Alemanha por não considerar que existe risco de fuga do país. A decisão final sobre uma potencial extradição do antigo líder catalão — que se encontra na Alemanha desde 25 de março, dia em que foi detido, e já depois de ser libertado a 5 de abril — será agora tomada por um tribunal superior.

Recorde-se que o governo espanhol impediu a nomeação dos ministros propostos por Joaquim Torra para compor a Generalitat (governo da Catalunha), classificando a proposta do independentista como “uma provocação”. A decisão abre agora uma situação incerta, já que legalmente Torra terá de governar com os ministros colocados por Rajoy nas pastas aquando da aplicação do Artigo 155.

Rajoy utiliza artigo 155 para chumbar governo de Torra

Em causa está a inclusão dos nomes de Josep Rull (ministério do Território e Sustentabilidade), Jordi Turull (Presidência), Lluís Puig (Cultura) e Toni Comín (Saúde). Os dois primeiros estão detidos, enquanto Puig e Comín se mantêm exilados em Bruxelas. Sobre todos pendem acusações de má gestão de fundos públicos e rebelião, exceto no caso de Comín, que está acusado de má gestão de fundos públicos e desobediência.

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