O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o ministro das Finanças da Coreia do Sul concordaram esta quarta-feira que a China não é uma concorrente no que respeita ao financiamento do desenvolvimento económico no continente africano.

“Não vemos concorrência, vemos uma parceria estratégica, vincou Akinwumi Adesina durante uma conferência de imprensa conjunta com o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças da Coreia do Sul, Dong Yeon Kim, durante os Encontros Anuais do BAD, que decorrem esta semana em Busan.

“Precisamos de todos os parceiros que conseguirmos encontrar, quantos mais melhor”, disse Adesina, fazendo uma analogia com a aterragem dos aviões no aeroporto: “há aviões maiores e mais pequenos, e uns aterram vindos de um lado, e outros aterram vindos de outro lado, mas o importante é que aterrem”, disse o presidente do BAD. Importante, ressalvou, é que África passe a criar valor acrescentado nas suas exportações, porque “o que África exporta para a China é essencialmente matérias-primas, que estão dependentes das condições do mercado, do abrandamento ou aceleração da economia chinesa, e das necessidades conjunturais dos importadores”.

Garantindo que não há concorrência, Adesina lembrou que a China é um membro do BAD e que é acionista do Fundo Africa Growing Together, no valor de 2 mil milhões de dólares, “que permite cofinanciar importantes projetos de infraestruturas, que são muito bem-vindos”.

Na mesma linha, o anfitrião dos Encontros Anuais, o ministro da Estratégia e Finanças coreano, salientou que “qualquer cooperação é boa” e defendeu que o objetivo é uma cooperação conjunta. “Na Coreia, temos as nossas áreas prioritárias, temos a experiência de desenvolvimento e de infraestruturas, de tecnologia e engenharia civil, e isto é o que podemos oferecer a um continente que precisa de um apoio multifacetado, por isso damos o nosso melhor e outros darão o seu melhor nas suas áreas de especialidade”, disse Dong Yeon Kim. “Trabalhamos todos juntos, e isso é bom para África, porque recebe contributos de várias nacionalidades e de várias áreas”, concluiu o governante.

A reunião dos governadores do BAD decorre esta semana na Coreia do Sul, tem como tema oficial ‘Acelerando a Industrialização de África’, e decorre num contexto de crescimento fraco no continente e de dívida pública excessiva. Os Encontros Anuais são uma das maiores reuniões económicas sobre o continente africano, juntando chefes de Estado, acionistas de referência no setor público e privado, governadores dos 80 bancos centrais que são acionistas do BAD e académicos e parceiros para o desenvolvimento.

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