Bruno de Carvalho e os membros do Conselho Diretivo do Sporting interpuseram uma providência cautelar contra a legitimidade da Comissão de Fiscalização, nomeada por Jaime Marta Soares. O anúncio surge no mesmo dia em que a Comissão de Gestão, também designada por Marta Soares, foi impedida de entrar em Alvalade.

Em comunicado, a direção do clube adiantou que estão também “a ser ultimadas queixas-crime por calúnia e difamação contra os elementos demissionários da Mesa da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal e Disciplinar, do Conselho Diretivo e os elementos da Comissão de Fiscalização e da Comissão de Gestão”, também nomeadas por Marta Soares.

Esta última tentou esta quarta-feira entrar nas instalações do clube para “iniciar funções”, mas foi impedida pelo mesmo Conselho Diretivo que agora admite processá-la. Este defende que não existe “razão legal e objetiva” para que a Comissão de Gestão entre em Alvalade contra a sua vontade, já que o estádio pertence à SAD e não ao clube. O incidente aconteceu um dia depois de um parecer jurídico da Faculdade de Direito de Coimbra ter atestado a legitimidade da nomeação desta comissão por parte de Marta Soares, presidente demissionário da Mesa de Assembleia Geral (MAG).

Apesar disso, um grupo de associados do Sporting fez chegar ao Conselho Diretivo cópias de duas providências cautelares “contra a legitimidade do comendador Jaime Marte Soares bem como os atos por si praticados”, que pretendem obrigar o presidente e os membros da Mesa que se dmitiram “a assinarem toda a documentação necessária ao registo dos Estatutos e do Regulamento Disciplinar votado e aprovado pelos Sócios na Assembleia Geral [AG] de 17 de fevereiro de 2018”.

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De acordo com o mesmo comunicado da direção, este grupo de associados “fez também chegar ao Conselho Diretivo” a “cópia de um requerimento”, também enviado a Marta Soares, para “garantir aos sócios a fidedignidade e transparência dos resultados da AG de dia 23”, este sábado, e “assumir dese já o compromisso de respeito total e integral da vontade dos sócios caso seja votada a não destituição do Conselho Diretivo”.

Nesse sentido, o mesmo grupo de sócios pretende saber se, em caso de manutenção do órgão liderado por Bruno de Carvalho, Marta Soares e os restantes membros demissionários “retiram como ilação política que está a ser votada a sua saída imediata das putativas funções que exercem”, parando “de imediato com todos os processos”.

Um grupo de sócios do clube instou esta quarta-feira Jaime Marta Soares a criar uma equipa de trabalho conjunta, para monitorizar e fiscalizar a Assembleia Geral de sábado, na qual vai a votos a possível destituição de Bruno de Carvalho. Em declarações à Agência Lusa, o advogado Pedro Proença, um dos promotores da iniciativa, explicou que a proposta já tem “mais de mil subscritores”, que, numa carta enviada ao presidente demissionário da Mesa da Assembleia-Geral, pediram que este aceite a criação de uma equipa de trabalho conjunta, composta por sócios indicados pela MAG e por subscritores desta proposta.

Uma das intenções dos promotores é a de que “ninguém possa contestar ou lançar a suspeição” sobre o ato eleitoral e que seja garantida “credibilidade, fidedignidade e transparência ao resultado de dia 23, seja ele qual for”. Outra das exigências é a de que haja uma clarificação antes de sábado, nomeadamente das “consequências políticas” dos resultados.