O primeiro julgamento dos “bebés roubados” durante a ditadura em Espanha foi esta quarta-feira suspenso em Madrid porque o acusado faltou ao segundo dia de audiências por ter sido hospitalizado, disseram o tribunal e o advogado de defesa.

Eduardo Vela, de 85 anos, ex-obstetra da Clínica San Ramon, em Madrid, “está nas urgências neste momento. Teve um episódio de dor e tontura durante à noite”, disse o seu advogado, Rafael Casas.

O tribunal não indicou quando o julgamento será retomado, podendo ser adiado em até trinta dias úteis. “Devemos suspender (o julgamento) e esperar por mais informações durante a manhã” para saber se o julgamento poderá ser retomado “na semana que vem”, disse a juíza Maria Luisa Aparicio.

O primeiro julgamento dos “bebés roubados” começou na terça-feira em Espanha, décadas após a eclosão do escândalo de recém-nascidos subtraídos aos pais para serem confiados a famílias adotivas sob o regime de Franco. Eduardo Vela, ex-obstetra da clínica San Ramon, é acusado por Inés Madrigal, ferroviária de 49 anos, de a ter separado de sua mãe biológica e de ter falsificado a sua certidão de nascimento em junho de 1969.

Casos como este poderão ter acontecido a dezenas ou milhares de pessoas, segundo as associações, que querem que seja feita luz sobre esse tráfico que começou sob a ditadura de Francisco Franco (1939-1975), muitas vezes com a cumplicidade da Igreja Católica. As crianças foram retiradas dos seus pais após o parto, declaradas mortas sem provas e adotadas por casais inférteis, preferencialmente próximas ao regime “nacional-católico”.

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