Os técnicos da Autoridade Tributária espanhola defendem a abertura de um inquérito às contas que Juan Carlos I detém em paraísos fiscais — e pedem que a família real declare os bens que detém no estrangeiro.
A intervenção dos técnicos surge na sequência das notícias avançadas pelo jornal El Español esta quarta-feira com base nas escutas à mulher apontada como antiga amante do rei, Corinna zu Sayn-Wittgenstein. Nas gravações, a filantropa alemã afirma que o antigo rei detém contas bancárias em paraísos fiscais e propriedades ocultas sob o nome de testas de ferro.
O pedido surge pelo porta-voz do sindicato que engloba os técnicos da AEAT. Para Carlos Cruzado, a família real deve comunicar à AEAT a situação destas contas e tornar público o património imobiliário que detém. A Casa de Bourbon deve também esclarecer se cumpriu as exigências da declaração de bens no estrangeiro a que todos os contribuintes em Espanha estão obrigados.
“A melhor maneira de evitar que isto continue a gerar dúvidas é que a Família Real decida publicar esses dados e acabar com a incógnita”, afirmou Carlos Cruzado ao jornal Ok Diário. Para o sindicato, está em causa não só saber se os movimentos de capital foram declarados e devidamente tributados, mas também a legalidade das ações de Juan Carlos I.
Segundo Carlos Cruzado, as gravações de Corinna apresentam “provas sérias que justificam plenamente a abertura de uma ação pela Agência Tributária”. O porta-voz sindical salienta que as declarações contêm informação detalhada (nomes concretos de titulares de contas e testas de ferro e descrição das propriedades) que justificam a abertura de um inquérito.
Entre outras revelações, as gravações de Corinna implicam o antigo rei no caso Nóos, que resultou na prisão do genro Iñaki Urdangarin.
- Pode preencher este formulário;
- Pode enviar-nos um email para abusos@observador.pt ou, pessoalmente, para Sónia Simões (ssimoes@observador.pt) ou para João Francisco Gomes (jfgomes@observador.pt);
- Pode contactar-nos através do WhatsApp para o número 913 513 883;
- Ou pode ligar-nos pelo mesmo número: 913 513 883.
Se tiver uma história que queira partilhar ou informações que considere importantes sobre abusos sexuais na Igreja em Portugal, pode contactar o Observador de várias formas — com a certeza de que garantiremos o seu anonimato, se assim o pretender: