Um grupo de cientistas da Instituição Carnegie para a Ciência encontrou doze novas luas a orbitar Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. A descoberta foi feita enquanto os astrónomos exploravam o espaço para lá de Plutão em busca do chamado “Planeta X”, um corpo celeste que alguns cientistas acreditam haver no limiar do Sistema Solar e que explicaria algumas irregularidades na órbita dos planetas gasosos. Estas doze luas são muito pequenas e as órbitas que traçam em redor do planeta são muito irregulares.

A descoberta, protagonizada pelo astrónomo Scott Sheppard, foi anunciada esta terça-feira pela União Astronómica Internacional. O cientista explicou que desde 2012 tem usado a Dark Energy Camera, um instrumento muito sensível com o tamanho de um carro que está montado no Telescópio  Blanco 4-m, no Chile. A missão inicial era procurar corpos celestes desconhecidos para lá de Plutão, mas quando os investigadores passaram pela região espacial próxima ao gigante gasoso decidiram ajustar a máquina para olhar com mais atenção para as vizinhanças de Júpiter.

Foi assim que os astrónomos encontraram as doze novas luas em redor de Júpiter, corpos celestes que ficavam na área já antes sondadas por outros veículos espaciais mas que escaparam às câmaras. “O momento mais emocionante aconteceu em maio deste ano, quando 12 dos objetos apareceram onde esperávamos”, disse Sheppard. Esta descoberta eleva para 79 o número de satélites jovianos.

Isto é importante porque pode dar novas pistas sobre a formação do Sistema Solar e, por consequência, sobre a origem do planeta Terra. Os satélites de Júpiter orbitam o planeta a três distâncias diferentes: as mais próximas são as maiores luas, as chamadas luas de Galileur; no meio estão aquelas que orbitam Júpiter no mesmo sentido de rotação do planeta; e as mais distantes chamam-se “retrógadas” porque movem-se na direção oposta à rotação de Júpiter. Foi neste último grupo que Scott Sheppard identificou as  luas.

Ainda não há muito que se saiba sobre estas luas a não ser que algumas delas não têm mais do que dois quilómetros de diâmetro. Sabe-se também que pertencem ao grupo de luas de Júpiter que anda no sentido contrário, mas que apesar disso anda no sentido do gigante gasoso como se “andasse numa autoestrada em sentido contrário”. Isso pode significar que são pedaços de três satélites maiores de Júpiter que podem ter sido atingidos por outro corpo celeste e destruídos, mas isso não passa de uma teoria por enquanto.

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