O mercado dos videojogos de futebol tem dois pesos pesados que competem entre si pela supremacia do segmento: FIFA, da Electronic Arts e Pro Evolution Soccer (PES), da Konami. Aproximamo-nos do Verão e com ele chega o momento em que as duas séries têm lançamentos anuais: este ano, o PES vai sair uns dias mais cedo do que o habitual. Para a marcar o que a Konami chamou de Pré-Época, parte da equipa de desenvolvimento tem corrido alguns países numa verdadeira tour de apresentação do jogo. A terceira paragem desta viagem calhou em Portugal, na Cidade do Futebol, onde pudemos não só jogar pela primeira vez a PES 2019 como tivemos a oportunidade para conversar um pouco com Kei Masuda, produtor assistente do jogo.

Como sabem, Portugal leva muito a sério a experiência do futebol, é quase parte do nosso ADN. Têm ideia que historicamente existe uma grande comunidade de fãs de PES no nosso País?
Fazemos escolhas baseadas em dados relativos ao números de utilizadores, por isso, decidimos incluir na Pré-Época do PES 2019 um evento Cidade do Futebol, em Portugal. Queríamos que a vinda a Portugal desta tour de apresentação correspondesse ao apoio local dos jogadores de PES.

Existem dois grandes títulos de videojogos de futebol: FIFA e PES. A cada ano, os consumidores esperam para saber a opinião da imprensa sobre qual dos dois jogar. Acreditam que com todas as inovações deste título, que este é o ano do Pro Evolution Soccer?
Há um grande público para jogos de futebol e foi por isso que este ano decidimos focar-nos em alguns aspetos específicos, como o campo e o gameplay. Acreditamos muito nas inovações que trouxemos para este PES 2019 e estamos confiantes que estamos melhores. A cada ano, temos melhorado o jogo e sentimos que há um grande salto entre a edição 2018 e a deste ano. Acreditamos que os jogadores vão sentir isso de imediato quando o jogarem.

Como português sempre senti que uma das fraquezas do PES em relação ao FIFA era a ausência do Campeonato Nacional, que será, finalmente, introduzido neste novo jogo. Internamente dão importância à necessidade de estenderem o número de Ligas oficiais no vosso jogo?
Ao adicionarmos mais Ligas oficiais temos também um maior número de jogadores de futebol para utilizar dentro do jogo. Isto permite aumentar a experiência do modo My Club, com um maior número de equipas e atletas presentes. O nosso objetivo é aumentar cada vez mais o número de licenciamentos no futuro.

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Ao primeiro impacto, o visual, é impossível não perceber a grande diferença do ano passado para o jogo deste ano. Sentem como developers que este é o maior salto que deram no passado recente? 
Temos ciclos de desenvolvimento de um ano para cada título. Para quem nunca jogou um PES antes não saberia a diferença, mas para quem segue a série consegue ver todas as inovações implementadas de uma iteração para outra. Implementámos mudanças em termos de jogabilidade, que os mais acérrimos seguidores da marca vão conseguir identificar de imediato. Para quem joga muito ao Pro Evolution Soccer vai facilmente perceber o que fizemos de diferente em um ano de trabalho.

Philippe Coutinho é a “cara” do PES 2019.

Os jogadores de hoje são muito diferentes de quando começaste a desenvolver Pro Evolution Soccer? Há um foco maior no online do que na experiência partilhada lado a lado?
O online é apenas uma das direções em que queremos conduzir o jogo. Com a solidificação dos eSports no futuro, também queremos expandir a experiência para todos os utilizadores que apenas querem ver o jogo ao invés de o jogar. Mas também queremos focar-nos nos licenciamentos para que os jogadores possam ter as suas equipas favoritas completas. Em Portugal, há muitos adeptos do Benfica e nós queremos que, no PES, eles tenham acesso a todos os jogadores de futebol, que fazem parte do seu clube, e que um dia apoiem em eSports as suas equipas, como o fazem na vida real. Queremos sobretudo um equilíbrio dos diferentes tipos de experiências.

O futebol não é o desporto de eleição em todo o globo. Consideram que o Pro Evolution Soccer ajudou a expandir a modalidade em países desses, como os EUA?
Os eSports são show business e ninguém tem tão bom desempenho no mercado de entretenimento como os EUA. É provável que o sucesso dos videojogos de futebol nesse território venha a ser fruto de formas criativas de tornar a experiência competitiva acessível a todos, como um espetáculo.

Mas temos a diferença de países como Portugal, em que é a própria Federação Portuguesa de Futebol que promove competições de videojogos com o vosso concorrente, o FIFA. Nós já temos intrinsecamente a tradição do futebol. Como funciona nos países em que essa tradição do desporto real não existe? Pode um videojogo ajudar a promover uma modalidade na vida real?
Sim, acredito que sim. Tomando os EUA como exemplo, que é um sítio onde o futebol não tem o mesmo destaque de outros desportos, mas que têm com jogos como o PES a oportunidade de aprender sobre a modalidade e até de ter alguma curiosidade para o praticar no dia a dia.

Os eSports vão ajudar a garantir uma longa vida a uma série anual como Pro Evolution Soccer?
Os eSports são quase como uma nova oportunidade para os videojogos e queremos aproveitá-la para maximizar e criar experiências que todo o tipo de utilizadores possam ter com o nosso jogo.

Ricardo Correia, Rubber Chicken