O partido do antigo jogador de críquete Imran Khan liderava esta quinta-feira a contagem não-oficial e parcial das eleições gerais no Paquistão, quando os dados oficiais sofreram um atraso de várias horas devido a falhas técnicas.

De acordo com a contagem não-oficial fornecida por meios de comunicação paquistaneses, o Pakistan Tehreek-i-Insaf (PTI) de Imran Khan conquistou 114 dos 272 lugares da Assembleia Nacional.

Os resultados de 47% das assembleias de voto indicam que a Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N) do antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif, ganhou 64 lugares e o Partido Popular do Paquistão (PPP), liderado por Bilawal Bhutto-Zardari, 42, segundo as estimativas do diário Dawn.

No entanto, a Comissão Eleitoral do Paquistão não apresentou ainda, 16 horas depois do fecho das urnas, quaisquer resultados provisórios, afirmando terem ocorrido erros técnicos no processo de contagem. “Este atraso deveu-se a um novo sistema e a alguns problemas técnicos ao usar o Sistema de Transmissão de Resultados pela primeira vez”, afirmou, em conferência de imprensa, em Islamabad, o chefe da comissão, Sardar Raza Khan.

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Vários partidos afirmaram já que vão rejeitar os resultados antes do anúncio oficial por considerarem que a contagem dos votos foi falsificada, o que Khan rejeitou. “Estas eleições foram 100% justas e transparentes”, garantiu.

O escrutínio realizou-se na quarta-feira no Paquistão, após uma tensa campanha eleitoral marcada por denúncias de fraude para favorecer o PTI pelos “poderes estabelecidos”, numa referência às poderosas forças armadas paquistanesas, que negaram qualquer interferência no processo eleitoral.

Partidos políticos e grupos de defesa dos direitos humanos denunciaram processos judiciais instaurados contra membros, pressões para que alguns candidatos abandonem o partido e perseguição da imprensa.

Este escrutínio é uma rara transição democrática entre Governos civis no país, marcado por golpes de Estado militares.

O Paquistão, potência nuclear, foi dirigido pelas forças armadas durante perto de metade dos seus 71 anos de história.

Cerca de 800 mil militares e polícias foram destacados para garantir a segurança, sem conseguirem impedir alguns ataques contra o escrutínio.

Num atentado suicida, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, 31 pessoas morreram e 70 ficaram feridas perto de uma assembleia de voto em Quetta, na província do Baluchistão (sudoeste do país).