Um acordo assinado esta quinta-feira entre São Tomé e Príncipe e Cabo Verde vai permitir a formação da polícia são-tomense conforme o modelo centralizado da polícia cabo-verdiana, “um grande passo” para a cooperação bilateral, segundo o governo de São Tomé.

O acordo foi assinado na Cidade da Praia, na ilha de Santiago, durante a visita a Cabo Verde do ministro da Defesa e Administração Interna de São Tomé e Príncipe, Arlindo Ramos, que visitou as instalações do Serviço Nacional de proteção Civil e Bombeiros e o Centro de Comando e Controlo Operacional da Polícia Nacional.

No final da assinatura do acordo, o ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, disse aos jornalistas que são várias as áreas abrangidas no documento, nomeadamente matérias como a imigração e fronteiras, a organização da polícia nacional e a proteção civil. “Assinámos um acordo de cooperação que visa o relançamento da cooperação em matéria de segurança e o reforço das boas relações existentes entre Cabo Verde e São Tomé em matéria de segurança interna”, disse o ministro Paulo Rocha.

Segundo o ministro cabo-verdiano, o acordo prevê “uma comissão de acompanhamento que, juntamente com os técnicos, aprofundarão todas as áreas” do interesse dos dois países. “Formação, cooperação e troca de informações em matéria de criminalidade transfronteiriça, de controlo da documentação ou de reforço da segurança rodoviária” são algumas das áreas abrangidas pelo acordo.

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De acordo com Paulo Rocha, este reforço da cooperação incidirá ainda em matérias como “documentos, fronteiras e trocas de informação entre pessoas que circulam entre os dois países” e também “formação em matéria de polícia nacional, partilha de experiências relativamente a modelos dos dois países, matérias ligadas à prevenção civil, prevenção de riscos, gestão desde catástrofes, resiliência”.

Para o ministro são-tomense, este acordo tem “um grande significado” para o seu país, nomeadamente “tendo em conta a experiência de Cabo Verde em matéria de organização da polícia nacional”. “Podemos ver com Cabo Verde a forma como está organizada a sua polícia e outros assuntos relacionados com a segurança interna”, disse Arlindo Ramos, classificando o acordo de “um grande passo para São Tomé”. Neste país, especificou, existe uma “polícia dispersa”, sem uma centralização. Pelo contrário, a organização cabo-verdiana engloba todos os polícias e é a experiência da polícia em Cabo Verde que São Tomé pretende agora conhecer e se for possível replicar.

Em São Tomé existem cerca de 600 agentes policiais, disse o ministro são-tomense. Arlindo Ramos iniciou terça-feira uma visita a Cabo Verde que termina na sexta-feira com a sua participação na cerimónia de encerramento do Simpósio Africa Endeavor 18, que decorre na ilha do Sal.