Os trabalhos de remoção de lamas no rio Tejo, junto às Portas de Ródão, ficaram concluídos na semana passada, disse esta terça-feira o ministro do Ambiente, tendo sido retirados mais de 15 mil metros cúbicos de matéria orgânica.

Concluímos a semana passada a retirada de mais de 15 mil metros cúbicos de lamas do Tejo, que eram poluição, matéria orgânica que estava em vários sítios diferentes em Vila Velha de Ródão e um bocadinho mais a jusante, até à barragem do Fratel, uma operação concluída com todo o sucesso, nenhum incidente sequer, e retirámos [o que corresponde a] 94% da carga orgânica que tínhamos ali”, disse João Matos Fernandes, em Abrantes, no distrito de Santarém, à saída de oitava reunião da Comissão de Acompanhamento do Tejo, criada em janeiro de 2016.

As lamas ali depositadas, e cuja remoção implicaram um investimento de 1,7 milhões de euros, representavam “um passivo ambiental (…) que provocou o que aconteceu no fatídico dia 24 de janeiro em Abrantes”, afirmou o governante, reportando-se a um episódio extremo de poluição no Tejo, junto ao açude de Abrantes, com a formação de grandes blocos de espuma branca e amarela.

Segundo Matos Fernandes, “o Tejo, hoje, tem água de excelente qualidade, atestado pelas mais de nove mil análises feitas desde novembro agora e que continuam a ser feitas todos os dias à qualidade da água, em sete pontos diferentes”, tendo referido que as mesmas estão a ser efetuadas “desde Peraia, à entrada do Tejo em Portugal, e até Constância, onde se verifica, continuadamente, que o oxigénio dissolvido na água é o que caracteriza uma água de boa qualidade”.

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No final da oitava reunião da Comissão de Acompanhamento do Tejo, que teve como objetivo fazer o ponto de situação dos trabalhos de despoluição do Tejo, bem como a apresentação do projeto Tejo Limpo, o ministro do Ambiente, congratulou-se com o atual estado das águas do Tejo, tendo destacado ainda a “importância de consolidar o que foi feito e ir mais além”, referindo-se ao trabalho a efetuar nos próximos três anos.

O que nós conseguimos tem várias parcelas de trabalho, conhecemos muito melhor o Tejo” e “conhecemos muito melhor a qualidade das águas”, facto que imputou a nove mil análises desde janeiro feitas por “dois amostradores em contínuo”, e mais dois a instalar, e que “permitem saber a cada momento qual é a qualidade das águas”, notou.

Matos Fernandes destacou a emissão de novas licenças, “os novos títulos de utilização de recursos hídricos”, tendo referido que, “dos 10 prometidos para a 1ª fase, três são urbanos, seis industriais e um ainda está em discussão”, sendo emitidos com “um novo conceito, completamente diferente”.

A inovação, referiu, é que os títulos, “agora, são emitidos a partir da capacidade que o meio hídrico, o rio Tejo, tem, ele próprio, de depurar os efluentes, ainda que tratados, que ali chegam”.

O governante concluiu com uma “quarta dimensão” do trabalho desenvolvido até esta terça-feira, e que “começa agora”, o projeto Tejo Limpo, que representa um investimento de 3,6 milhões de euros para os próximos três anos.

“Temos de garantir que o sucesso que tivemos não foi uma coisa fátua e que se vai manter no tempo”, defendeu, tendo referido que a consolidação do processo de limpeza das águas do Tejo passa também pelo reforço de meios materiais e analíticos, a par de mais recursos humanos, como sejam os cinco novos vigilantes da natureza.