Há sete meses que a Associação dos Produtores Florestais do Barlavento Algarvio (Aspaflobal) está à espera que o Instituo de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) aprove um projeto de intervenção para a Zona de Intervenção Florestal (ZIF) da Perna da Negra, precisamente o local onde deflagrou o incêndio da passada sexta-feira na Serra de Monchique. Segundo a edição desta terça-feira do Público, o projeto em causa prevê a “criação de pontos de água, aceiros e de caminhos de acesso” para combater incêndios na serra.

Emílio Vidigal, presidente da Aspaflobal, assegurou ao jornal que “nada foi feito” e que o plano estruturante enviado para o ICNF está “embrulhado na burocracia”. A associação em causa representa sensivelmente 500 produtores florestais do Barlavento algarvio. “O ICNF há muito tempo que sabe que isso precisava de ser feito com urgência. Está tudo identificado e explicado no nosso plano”, disse, referindo-se ao difícil acesso das viaturas dos bombeiros à zona dos fogos.

“Dois dias antes destes incêndios enviaram-nos [o ICNF] um conjunto de 30 perguntas, como, por exemplo, sobre os estatutos da associação ou pediam garantias que não temos dívidas à segurança social. O comprovativo de que não temos dívidas caduca a cada três meses mas como o processo não avança no ICNF, de três em três meses, este pede novo comprovativo. É um processo burocrático estúpido e sem fim. Parece que fazem de propósito para não avançarem”, garantiu Emílio Vidigal ao jornal Público, que admitiu também já ter falado sobre o assunto ao secretário de Estado da Administração Interna, que manifestou indignação.

Fogo entrou no perímetro da vila de Monchique. “Operação é muito complexa”

Esta segunda-feira, os bombeiros perderam o controlo e o fogo voltou a entrar no perímetro urbano de Monchique ao início da noite. Rui André, presidente da câmara de Monchique, informou que casas de primeira habitação foram destruídas.

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