Lucy Dacus

18h30, palco Vodafone

É uma das revelações do ano musical. O primeiro álbum, No Burden, passou ligeiramente despercebido (apesar das boas críticas) mas o segundo disco, editado já este ano, colocou esta americana nascida na Virgínia em lugar de destaque na cena musical alternativa. Não é que The Historian seja um disco fenomenal, é um bom disco, o que já não é pouco. Mais do que isso, é um bom disco com um par de canções portentosas, “Addictions” e sobretudo “Night Shift”. É aproveitar o concerto e garantir que se está bem perto do palco quando Lucy Dacus cantar “You got a nine to five, so I’ll take the night shift”, quando cantar “In five years I hope the songs feel like covers / dedicated to new lovers”, quando aquela guitarra começar a tocar baixinho para mais à frente tornar-se indie-rock rasgado, libertador. Não haverá muitos inícios de tardes melhores do que este.

Kevin Morby

19h40, palco Vodafone

Os concertos de Kevin Morby em Portugal nos últimos anos não têm sido poucos. Entre o verão de 2015 e este foram cinco, no NOS Primavera Sound, no Vodafone Paredes de Coura, no Auditório de Espinho (sortudos os que o ouviram em sala fechada, ainda por cima com a belíssima Meg Baird a abrir), no Vodafone Mexefest e no Super Bock Super Rock. Este ano, o músico que é apaixonado pelo Porto e que tem passado uns dias nessa cidade regressa a Paredes de Coura. Dois anos depois do último concerto no festival e com mais um disco lançado (City Music, em 2017), o quarto, que o confirmou como um dos melhores escritores de canções da atualidade.

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Kevin Morby: “Tinha o Porto em mente quando escrevi ‘Dorothy’”

Capaz de equilibrar folk-rock endiabrado à Bob Dylan com baladas de um apuro e de uma sobriedade comoventes, Kevin Morby e a sua banda darão por certo um dos melhores concertos desta edição. Das mais antigas seria bom que se ouvissem “If You Leave and If You Marry” e “Slow Train”, ambas do primeiro disco. Das mais recentes, “Come To Me Now”, “1234”, “City Music”, “Aboard My Train” e “Downtown’s Lights” merecem todas a maior atenção. Também poderia cantar só as canções de Singing Saw, o seu terceiro álbum e a sua obra-prima. Já seria um grande concerto.

Slowdive

23h15, palco Vodafone

Ora aqui está mais um regresso a Paredes de Coura. Depois de um concerto em 2015, a banda inglesa volta ao festival depois de ter editado um álbum em 2017, homónimo e o primeiro em 22 anos. Um álbum muito bem recebido pela crítica, que lhes gabou a boa forma. Embora sejam os temas dos anos 1990 que muitos querem ouvir, o concerto tem tudo para não ser apenas um regresso ao passado longínquo, como foi a atuação de há três anos. Verdadeiras referências do shoegaze, sub-género do rock marcado por volume alto e uso intensivo de efeitos de distorção nas guitarras e microfone, darão o terceiro concerto em Portugal este ano, depois de atuações no Hard Club (Porto) e Lisboa ao Vivo (Lisboa). Logo no ano em que Souvlaki, talvez o disco mais emblemático dos ingleses, assinala um quarto de século. O concerto é às 23h15, depois das atuações de Frankie Cosmos no palco secundário e DIIV no palco principal.

Skepta

0h45, palco Vodafone

A noite só terminará por volta das 3h15, com concerto-comício das Pussy Riot no palco secundário do festival que começa uma hora e um quarto antes, mas musicalmente poderá ser de Skepta a última grande atuação da noite, no encerramento do palco principal. O rapper britânico, que curiosamente também se define como “ativista”, já tem quatro discos e década e meia de atividade. Não pertencendo exatamente à primeira liga do hip hop pela inventividade do discurso ou da palavra, é bastante popular entre os jovens e é, a par do compatriota Stormzy, o grande embaixador do grime, género musical de batidas rápidas e dançantes habitualmente acompanhadas por rimas rap. Curiosamente, o grande êxito de Skepta, “Praise the Lord”, foi incluído num álbum de um outro rapper, A$AP Rocky, com quem dividiu a autoria da canção. Espera-se um concerto enérgico. Se será bom ou não, é uma interrogação por desvendar no final da noite, mas a curiosidade é grande.