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Izanagi. Revitalizar as Docas, um "okonomiyaki" de cada vez

Este artigo tem mais de 5 anos

Lisboa tem mudado a um ritmo alucinante e muitos acreditam que Alcântara será um "el dorado" muito em breve. O novo restaurante do Grupo SushiCafé pretende antecipar esse aumento de popularidade.

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O que interessa saber?

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Nome: Izanagi
Abriu em: Agosto de 2017
Onde fica: Doca de Santo Amaro, Alcântara, Lisboa
O que é: Novo restaurante onde a comida típica japonesa leva uma roupagem mais ocidental e contemporânea.
Quem manda: O Grupo SushiCafé
Quanto custa: Entre 20 e 25€ por pessoa
Uma dica: O “robata mix” será uma ótima escola numa primeira visita, já que é uma espécie de “best of” de todas as mini espetadas que aqui se fazem. Há de espargos pancetta, novilho, barriga de porco e salmão. Custa 19,75€.
Contacto: 910 851 920
Horário: Das 12h30 às 23h30 (não fecha)
Links importantes: FacebookSite

 

A História

Lembra-se da última vez que foi à zona das Docas, em Lisboa? Esta zona ribeirinha que durante muito tempo foi sinónimo de diversão e bons momentos sofreu, não há muito, uma quebra de popularidade que lhe tirou destaque face ao crescimento agressivo de áreas como o Cais do Sodré, também na capital. Aos poucos, a zona que fica debaixo da ponte 25 de Abril, foi caindo no esquecimento, mas Gonçalo Salgado, um dos responsáveis pelo Grupo Sushi Café — do qual faz parte o novo Izanagi –, é da opinião que tudo isso está a mudar.

“A construção do novo hospital da CUF, de um edifício de um banco internacional, de uma ponte de ligação assim como a edificação de um outro hotel Pine Cliffs aqui mesmo ao lado vão ajudar a revitalizar esta zona”, explicou.

O facto de muitas zonas de Lisboa estarem rapidamente a atingir a sua “lotação” máxima fazem com que seja natural esta expansão que, espera-se, alargará as áreas de entretenimento e lazer da cidade. A juntar a tudo isto, não esquecer que o Grupo José Avillez passou a ser proprietário de vários espaços nas Docas, por isso espera-se que o seu condão em apostar em negócios de sucesso volte a fazer das suas.

É nesta conjuntura esperançosa e de olhos postos no futuro que surge este Izanagi, restaurante japonês, na sua essência, que procura apresentar versões mais trabalhadas de clássicos nipónicos de comida de rua. Daniel Rente é o chef “da casa”, literalmente, já que é a figura de proa de todos os conceitos asiáticos do grupo (com exceção do SOI, esse está a cargo de Maurício Vale), do Sushi Café Avenida ao sem fim de Sushi Corners que já existem um pouco por todo o país.

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Este Izanagi pretende colocar-se na crista da onda que em breve se abaterá sobre a Doca de Santo Amaro e áreas limítrofes. Espera-se que a zona passe a ser um polo magnetizador e o Grupo Sushi Café não quer deixar escapar a possibilidade de poder ser o primeiro a explorar isso.

O chef Daniel Rente

O Espaço

Comecemos por uma história mitológica. De acordo com o xintoísmo, uma das religiões predominantes no Japão, Izanagi e Izanami são, ao mesmo tempo, irmãos e marido e mulher (respetivamente). Izanami, a figura feminina, engravidou de Izanagi e deu à luz as ilhas japonesas, assim como uma série de outras divindades ligadas à natureza. Infelizmente, acabou por morrer ao dar à luz o deus do fogo, Kagu-tsuchi. Izanami não se conformou com a fatalidade e decidiu ir ao submundo (Yomi-no-kuni) resgatá-la, tentativa que saiu furada pois a sua esposa já tinha comido alimentos cozinhados no “fogo do submundo”, fator que tornava impossível que tal missão fosse bem sucedida. Destroçado, Izanagi voltou à terra dos vivos e continuou sozinho a construir o mundo e todas as suas divindades.

“E o que é que isto tudo tem a ver com um restaurante novo nas Docas?”. Muito simples. Tendo em conta que o xintoísmo é uma religião muito ligada à natureza e aos elementos — ar, fogo, terra e água –, Daniel Rente inspirou-se na envolvência das Docas para encontrar uma associação: o laranja dos tijolos dos armazéns representam o fogo ou “as brasas da robata” (nome dado aos grelhadores típicos do Japão que aqui são utilizados), a água está no rio Tejo, obviamente, assim como o ar e a terra. Esta última, então, torna-se evidente ao olhar para toda a sala de refeições e ver a intensa utilização de madeiras, por exemplo.

Fugindo do conceptual e prestando atenção à realidade, neste Izanagi encontramos um restaurante relativamente pequeno, com cozinha aberta (tendência que cada vez mais ganha destaque) e um bar de cocktails. Há mesas tradicionais assim como uma zona de “cabines”, as “booths”, como dizem os norte-americanos, que são uma opção mais reservada. A gerência deste restaurante pretende apostar bastante na zona de esplanada, de modo a revitalizar a tradição “al fresco” que muito caracterizou a restauração na zona de Lisboa. Por enquanto, a mesma já está em funcionamento, contudo, só em meados de setembro é que o projeto estará todo terminado, mal chegue o mobiliário que irá compor o espaço.

Okonomiyaki: uma das especialidades da casa.

A Comida

Se há coisa que se tem provado nos últimos tempos, à medida que vão surgindo novos restaurantes de comida nipónica, é que a gastronomia japonesa é muito (muito mesmo) mais que o sushi — o de fusão, principalmente, que não passa de uma “ocidentalização” de um receituário simples e de sabores fortes onde o arroz e o peixe/marisco cru são pedras basilares; e o “verdadeiro” sushi. Este Izanagi é, portanto, mais um esforço na apresentação de outras particularidades gastronómicas da terra do sol nascente, apresentando uma linha de cozinha onde clássicos da chamada “street food” ganham uma nova roupagem.

Desengane-se quem achar que aqui vai encontrar aquilo que os japoneses comem no seu dia-a-dia de forma natural, longe disso: a base das receitas, essas sim, é que está profundamente ligada com a comida tradicional desse país asiático. No “tuna chimichurri” (8,75€), por exemplo, vemos o tão típico tataki de atum ser revigorado com a junção deste molho sul-americano que normalmente costuma ser servido com carnes. Há também espargos (5,50€) feitos na tal robata, numa espécie de espetada, que são envolvidos em pancetta e cozinhados na grelha; ou ainda o “Izanagui maki” (13€), que é um rolo normal mas recheado com peixe branco e envolvido em abacate.

No meio de tudo isto, também há espaço para elementos verdadeiramente típicos, como os “okonomiyaki”, uma espécie de panqueca japonesa, feita na chapa, que tem como base principal couve cortada em pedaços pequenos e que aqui pode ser acompanhada com camarão (13,25€) ou com choco cortado em tiras (11,50€). No capítulo das sobremesas merece destaque o cheesecake feito com maça assada em Favaios e caramelo de miso (4,50€) ou a “Freaky Asian Banana” (4,50€), uma diabólica mixórdia de gelado de baunilha com crumble de Nestum, tempura de banana, caramelo de miso e M&M’s.

Nota especial, no capítulo das bebidas, para a sangria de sake (1,5L a 18€) — daquelas perigosas, em que o frutado esconde o álcool — , a limonada de yuzo (3,50€) e a cocktails como o “Izanagi Spicy Mule” (7€) ou o “Meron” (6,50€). O primeiro é uma reinterpretação nipónica do clássico “Moscow Mule” com ginger beer e o outro tem um forte travo a melão, culpa do licor desse fruto que entra na composição da bebida.

“Cuidado, está quente” é uma rubrica do Observador onde se dão a conhecer novos restaurantes.

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