O segundo volume das obras completas de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das mais importantes autoras portuguesas do século XX, chega às livrarias já em setembro. O livro inclui duas coletâneas de contos, Paisagem sem Barcos (1963) e O seu Amor por Etel (1967), e uma novela, Os Armários Vazios (1966).

As obras de Maria Judite de Carvalho, esgotadas há muito, começaram a ser reeditadas no passado mês de maio pela editora Minotauro, 20 anos depois da morte da escritora que, apesar de reconhecida como uma das mais relevantes do século XX, é praticamente desconhecida do grande público.

“Decidimos que seria a altura ideal, 20 anos após a sua morte, para fazer renascer a sua obra, e para apresentá-la a esta nova geração de leitores, que começa a ler Maria Judite de Carvalho na escola e que nas livrarias não iria ter acesso a toda a sua escrita em vida, portanto estamos a querer juntar toda a sua obra em seis volumes”, afirmou na altura à Agência Lusa Sara Lutas, editora da Minotauro.

Com uma personalidade “recatada” e “zelosa da sua privacidade”, Maria Judite de Carvalho nunca gostou de se expor, e “a obra dela sempre falou por si mesma”, explicou Sara Lutas, que decidiu, por isso, respeitar essa vontade e não dar grande destaque à figura da escritora, que é apresentada na badana dos livros “de forma discreta e bastante lírica”. As capas dos livros reproduzem retratos que revelam outra faceta da escritora, a de pintora.

As obras completas de Maria Judite de Carvalho têm vindo a ser editadas cronologicamente, com o primeiro volume a incluir as primeiras coletâneas de contos da autora, Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), esta última vencedora do Prémio Camilo Castelo Branco. O terceiro volume deverá sair em novembro e irá reunir os livros Flores ao Telefone (1968), Os Idólatras (1969) e Tempo de Mercês (1973).

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