Os preços das casas em Portugal vão subir 9,5% em 2018, antecipa a agência de rating S&P Global Ratings, numa ligeira desaceleração em relação ao aumento de 10,5% do ano passado. A previsão consta de um relatório em que a agência de rating atualiza as estimativas para vários mercados imobiliários na Europa, onde, de um modo geral, os preços estão a ter uma “aterragem suave”.

Se em Espanha, por exemplo, a subida dos preços das casas não irá além dos 5,6%, contra o pico de 7,3% no ano passado, em Portugal os preços vão continuar a subir a uma taxa acima da média dos países analisados pela S&P. Depois de 9,5% em 2018, os preços em Portugal voltarão a subir em 2019 (7%), em 2020 (6%) e em 2021 (5%). Esta é a previsão da S&P, que fala numa “forte procura interna e por estrangeiros”, bem como uma “oferta escassa”.

Antecipamos que os preços vão crescer 9,5% este ano, mas prevemos que a pressão sobre o preço abrande gradualmente” a partir daí, porque se prevê que o custo do crédito aumente e porque a subida dos preços torna mais negócios proibitivos”.

A S&P nota que a principal subida dos preços acontece nas cidades de Lisboa e Porto, com crescimentos na ordem dos 20% no ano passado. “Porém, o mercado visto como um todo continua com preços acessíveis, com um rácio de preços-rendimentos ainda 7% abaixo da média de longo prazo”. Por outro lado, ainda que as novas construções estejam a aumentar, “o número de novas casas a entrar no mercado não é mais do que uma fração do número de antes da crise”, acrescenta a S&P.

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Olhando para o futuro, a S&P antecipa que “o mercado imobiliário em Portugal vai continuar dinâmico nos próximos anos, apoiado pelo aumento do emprego e dos rendimentos, bem como pela procura por estrangeiros”. A agência acredita que “o fosso entre a oferta e a procura vai manter-se nos próximos anos, suportando o aumento dos preços”.

Em alguns países europeus, como a Bélgica e França, os preços já irão subir a taxas bem menores (3,4% e 2,7%, respetivamente), num reflexo de fatores como a subida que já existiu nesses mercados e a antecipação de que a política monetária não continuará a ser tão expansionista como até agora. Ainda assim, quando se fala em taxas de juro e política monetária, a S&P afirma que “as condições monetárias na zona euro, Suíça e Reino Unido vão manter-se globalmente favoráveis para quem quer comprar casa, com as taxas de juro a subir apenas gradualmente nos próximos anos, partindo de níveis muito baixos”.

Só na Irlanda irá haver um crescimento dos preços comparável a Portugal: 9,5% este ano e 8% no próximo, num período que na Irlanda será marcado por uma recuperação da oferta imobiliária em comparação com a procura, ao mesmo tempo que o mercado de trabalho se torna cada vez mais “apertado”, ou seja, com taxa de desemprego cada vez menor.