O Papa Francisco disse esta segunda-feira que a resposta a quem promove o escândalo e a divisão deve ser o silêncio e a oração. “Com as pessoas que não têm boa vontade, com as pessoas que procuram apenas o escândalo, com quem procura a divisão, com quem procura apenas a destruição, até nas famílias: silêncio. E oração”, disse o Papa na homilia da habitual missa que celebra todas as manhãs na capela de Santa Marta, no Vaticano.

Numa altura em que a divulgação de um relatório sobre abusos sexuais nos Estados Unidos — seguida da publicação de uma carta assinada por um antigo embaixador do Vaticano naquele país em que o Papa Francisco é acusado de encobrir suspeitas de abusos por parte de um cardeal norte-americano — motivou uma profunda divisão no interior da Igreja Católica, o Papa disse aos fiéis que devem pedir a Deus “a graça de discernir quando devem falar e quando devem estar em silêncio”.

Escândalos sexuais e uma guerra de poder dentro do Vaticano. O Papa Francisco enfrenta o seu “momento extraordinário”

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“O pai da mentira, o acusador, o diabo, atua para destruir a unidade de uma família, de um povo”, disse Francisco, comentando a passagem do Evangelho em que Jesus é expulso da sinagoga de Nazaré, onde ensinava. Em resposta às pessoas “cheias de fúria” que o expulsaram, a resposta de Jesus foi o silêncio. Para o Papa Francisco, quem “caçou” Jesus e o expulsou da sinagoga “não eram pessoas, eram uma  matilha de cães selvagens” que não usou a razão, e perante elas Jesus manteve o silêncio.

“Isto ensina-nos que quando há esta forma de agir, de não querer ver a verdade, resta o silêncio”, disse o Papa, acrescentando que, quando há discussões entre membros da família, “vemos que o diabo está lá a querer destruir-nos”. “A verdade é suave, a verdade é silenciosa, a verdade não é ruidosa”, acrescentou.

“Há uma campanha organizada pelos ultraconservadores para ferirem de morte o Papa Francisco”