Por muito estranho que possa parecer, o fabricante chinês de veículos eléctricos Nio escolheu a bolsa americana para reunir o capital de que necessita para continuar o seu caminho e começar a produzir mais veículos. E este recurso aos mercados não foi um desastre completo, uma vez que ainda assim a Nio conseguiu reunir mil milhões de dólares. Mas se a quantia parece muito interessante, representa apenas cerca de metade (1,8 mil milhões) do que era expectável, para os responsáveis pelo construtor.

As acções começaram a ser negociadas na bolsa de Nova Iorque a 6,26 dólares, apenas um cêntimo acima do valor mais baixo, tendo depois descido até 5,84$ antes de subir aos 6.60$, com que fechou o primeiro dia de trading. Ainda assim, este número confere à Nio um valor de mercado de 7,1 mil milhões de dólares, nada mau para um fabricante que não comercializa, pelo menos para já, os seus veículos no mercado americano e que, até Agosto, tinha apenas entregue 1.381 veículos na China (apesar de ter mais de 17.000 encomendas), do SUV ES8, uma vez que são os fundos agora angariados que vão permitir avançar com a produção em série do EP9, o desportivo de 1.360 cv que é o recordista de Nürburgring, entre eléctricos e motores de combustão.

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A Nio, que se comprometeu antes da entrada em bolsa a utilizar todos os fundos reunidos para investir em investigação e desenvolvimento de novos produtos, bem como novos veículos, além de construir instalações de que vai necessitar para materializar tudo isto, fica agora um pouco mais “curta” em matéria de disponibilidade financeira. Os analistas admitem que o facto de os preços terem ficados a quase 50% dos objectivos se fica igualmente a dever à perseguição do Governo chinês às empresas locais que fabricam veículos eléctricos, para assegurar um maior controlo.

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