A Colômbia anunciou, segunda-feira, que não vai extraditar o político da oposição venezuelana Júlio Borges, ex-presidente do parlamento, acusado de alegado envolvimento no atentado de 04 de agosto contra o Presidente Nicolás Maduro.
“Nós não vamos extraditar Júlio Borges. Nós não vamos extraditar um perseguido político para que uma ditadura abuse dos seus direitos humanos”, anunciou o Presidente da Colômbia, Iván Duque.
O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa, nos EUA, na sede das Nações Unidas. Segundo Iván Duque “seria absurdo” atender o pedido de extradição da Venezuela e entregar “uma pessoa que está a lutar pelas liberdades do seu povo”.
Por outro lado insistiu que a Colômbia continuará a apoiar o povo venezuelano, a pedir a liberdade dos presos políticos e “um verdadeiro e efetivo caminho” para “uma transição democrática que devolva as liberdades” ao vizinho país.
A 04 de agosto, duas explosões – que as autoridades dizem terem sido provocadas por dois drones – obrigaram o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
O Governo venezuelano tem insistido vários vezes que Júlio Borges, atualmente radicado na Colômbia, está envolvido no atentado falhado, acusações que o ex-presidente do parlamento venezuelano desmente.
Borges, que lidera o partido da oposição Primeiro Justiça, já reagiu ao anúncio do Presidente da Colômbia, agradecendo o seu apoio.
Agradecido con el pdte @IvanDuque y el pueblo de Colombia. Esto es una muestra más de apoyo al trabajo que venimos realizando con la comunidad internacional. Estamos articulando un consenso en toda América para que se consideren todas las opciones y lograr la salida de Maduro. pic.twitter.com/oTMlNxGhvD
— Julio Borges (@JulioBorges) September 24, 2018
“[Estou] Agradecido com o Presidente Ivan Duque e o povo da Colômbia. Isto é mais uma amostra do apoio ao trabalho que temos vindo a realizar com a comunidade internacional. Estamos a articular um consenso em toda a América para que se considerem todas as opções e conseguir a saída de [Nicolás] Maduro”, escreveu na sua conta na rede social Twitter.