A “Origem do Mundo”, um quadro do pintor francês Gustavo Courbet pintado 1866, criou polémica desde que foi apresentado. A obra erótica criada a pedido de um diplomata russo apenas foi exposta ao público em 1995 devido ao seu teor. A pintura acabou por ser exposta, mas um pormenor nunca se conseguiu resolver: o corpo nu retratado era de quem? Agora, segundo o historiador Claude Schopp, está resolvido o mistério: será de Constance Quéniaux, uma bailarina da Ópera de Paris, avança o El País.

Segundo o historiador, que vai lançar um novo livro a explicar como chegou a esta conclusão, Constance Quéniaux foi amante de alguns homens influentes em Paris. Claude Schopp, que é um dos mais reconhecidos biógrafos de Alexandre Dumas, afirma que o escritor fala diretamente da bailarina numa carta que escreveu à amiga George Sand.

Uma fotografia de Félix Nadar de Constance Quéniaux. Nadar foi um dos primeiros grandes fotógrafos da história.

Dumas refere, nesta carta, que Quéniaux também era meretriz, “como muitas bailarinas na época”, contou Schopp numa entrevista. Dumas diz também que Quéniaux “era uma dessas mulheres que prescindem dos homens”. O conteúdo destas cartas explicadas no livro foram, para o historiador de 75 anos, “como uma revelação” do mistério da mulher que pousou para Coubert. Várias meretrizes pousavam para pintores na época, explica Schopp. A bailarina, no final da vida, tornou-se depois numa filantropa que ajudou crianças orfãs e chegou a pertencer à alta sociedade parisiense.

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A explícita obra tem criado polémica por ter a imagem de uma vagina em grande destaque e também os seios destapados. Em 2016, um utilizador do Facebook chegou a ser banido da rede social pode ter partilhado a obra de arte. Desde que foi pintada até 1995, passou grande parte o século XX escondida, devido ao seu teor.

“Por favor, retire esse quadro”: será a arte um espelho dos dogmas morais?