Quatro anos após a estreia de “A teoria de tudo”, protagonizado por Eddie Redmayne, Jane Wilde, ex-esposa de Stephen Hawking, criticou o filme por ter erros que fantasiam a imagem do cientista falecido em março.

Durante a tournée promocional do seu segundo romance, “Cry to Dream Again”, no Henley Literary Festival, Jane Wilde, indicou em entrevista ao “The Daily Mail” que “sabia que, se houvesse erros no filme, eles seriam imortalizados, e foi assim que aconteceu”, afirmando que muitos dos detalhes foram excluídos do filme, bem como houve dados que foram alterados alterados para tornar o filme apelativo.

 Eu achei muito irritante e não queria que isso acontecesse. Nunca acreditem no que se vê nos filmes”, sublinhou a escritora.

O olhar crítico de Jane foca-se, particularmente, em como o filme retrata o início de seu relacionamento amoroso com o cientista: “Eu não era estudante em Cambridge quando o Stephen e eu nos conhecemos. Nós conhecemo-nos na nossa cidade natal, em St. Albans, tinha eu acabado de terminar a escola e Stephen estava para começar o seu doutoramento em Cambridge”, esclarece a escritora britânica, que reconheceu, no entanto, que Stephen Hawking gostou do filme.

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No entanto, este não foi o único erro que a escritora apontou, Wilde considera que o desgaste do casamento foi abordado de uma forma superficial. Referindo ainda que o filme não explicita de forma clara como foram difíceis as inúmeras viagens que  fez para participar e acompanhar Hawking, que obrigava a um acompanhamento especial, dada a sua mobilidade reduzida, nas conferências que dava, dizendo que “o filme mostra apenas parte de nossas vidas, nomeadamente a de Cambridge. As nossas viagens foram completamente ignoradas. Por exemplo, tivemos a nossa lua de mel numa palestra de física na Universidade de Cornell, em Nova York”.

Wilde lamenta que nenhuma dessas viagens extensas tenha sido recriada no filme, com toda a organização que necessitavam. Era tudo feito em função de um membro da família gravemente incapacitado, transportá-lo, dirigi-lo, assim como dar-lhe todos os cuidados diários necessários. Deveria ter aparecido tudo no filme (A teoria de tudo

Wilde conclui, dizendo que ficou especialmente indignada por uma razão: “Eu pedi uma versão em que se pudesse simplesmente ver o carro com todas as malas, os passageiros e a cadeira de rodas para que a realidade das nossas vidas fosse representada fielmente, mas eles, (a produção do filme), disseram-me que isso não seria possível devido a restrições de tempo”.