Dezoito dos 49 estabelecimentos prisionais portugueses estão já dotados com quartos para visitas íntimas aos reclusos, decorrendo obras para o efeito em mais três, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).

Há precisamente um ano, era de 14 o número de cadeias com aquela valência, mais quatro do que em 2016. A fonte sublinhou à agência Lusa que se trata “de uma política a que se pretende dar continuidade” na rede prisional.

“Para além de ajudarem a preservar laços afetivos entre cônjuges, ou afins, as visitas íntimas nos estabelecimentos prisionais contribuem para o bem-estar psicológico dos reclusos, com os benefícios que daí resultam para a disciplina e segurança nos estabelecimentos prisionais”, observou a Direção-Geral.

De acordo com os dados fornecidos à agência Lusa pela DGRSP, nos primeiros seis meses deste ano foram autorizadas 3.493 visitas íntimas. Em todo o ano de 2017 tinham ocorrido 5.059. Os 18 estabelecimentos prisionais atualmente abrangidos pela medida tinham, em 15 de agosto, um total de 7.993 reclusos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No Estabelecimento Prisional do Porto (Custóias, Matosinhos), o maior do país em número de reclusos (1.065 em 15 de agosto), as visitas íntimas iniciaram-se há precisamente um ano, totalizando 102 até ao final de 2017. No primeiro semestre de 2018, foram autorizadas 298.

O “universo potencial” dos utilizadores está balizado pelo Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais (decreto-lei 51/2011, de 11 de abril, secção III, artigos 120 a 124) e pela óbvia manifestação de interesse dos que cumprem os requisitos legais.

Desses requisitos destaca-se, por exemplo, que podem ser autorizados a receber visitas íntimas os condenados a pena superior a três anos, sem que tenham beneficiado de licença de saída jurisdicional há mais de seis meses e que, à data do início da reclusão, sejam casados ou mantenham uma relação análoga à dos cônjuges.

Nos seus esclarecimentos à Lusa, a DGRSP assinalou ainda que nos estabelecimentos prisionais que já têm esta valência “é habitual receberem reclusos de outros estabelecimentos prisionais próximos, e que não a têm, para que possam usufruir também desta possibilidade”.

Destacou igualmente que “boa parte das obras para a construção destas valências se concretizam com mão-de-obra prisional, permitindo formar e remunerar os reclusos, bem como criar hábitos de trabalho essenciais ao seu retorno harmonioso à vida em sociedade”.