A notícia da possível saída de Luc Castaignos na reabertura de mercado continua em cima da mesa, mas já no Verão o cenário tinha sido colocado. “O plantel que temos dá-nos garantidas. São os melhores jogadores do campeonato, os melhores guarda-redes, os melhores defesas, médios e avançados. Treinador que não pense isso não pode ser treinador. E o Castaignos vai fazer golos este ano”, assegurou José Peseiro quando essa possibilidade de ser emprestado ou vendido caiu, no início de setembro. O avançado holandês, que se destacara com um póquer num particular com o Torreense à porta fechada, foi pela primeira vez titular na presente temporada e fez também pela primeira vez 90 minutos num jogo do Sporting. Golos, nem vê-los.

O caso do holandês é no mínimo estranho, mais ainda se puxarmos o filme uma década atrás e percebermos o que aconteceu na carreira do jogador de 26 anos, tido como uma grande promessa do futebol nacional quando estava no Feyenoord.

Castaignos transferiu-se em 2011 para o Inter mas esteve apenas uma temporada ao serviço da equipa de Milão (Giuseppe Bellini/Getty Images)

Após passagens pelo Excelsior e pelo Spartaan, Castaignos completou a formação em Roterdão a partir dos 14 anos e foi lá que fez a estreia na Eredivisie, depois de assinar o primeiro contrato como profissional. Depois de um grande Campeonato da Europa Sub-17, e como é normal com quem se destaca neste tipo de competições, despertou o interesse de vários clubes de Inglaterra (Arsenal, Liverpool ou Manchester United), Espanha (Real Madrid) e Itália (Inter) mas preferiu manter-se no Feyenoord para não saltar etapas. Em 2010/11, após 15 golos em 34 jogos do Campeonato, transferiu-se mesmo para Milão, com o Inter a pagar um valor a rondar os três milhões de euros por uma das maiores promessas da sua geração.

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As expetativas saíram goradas num clube que não era propriamente conhecido por ter paciência para o crescimento e evolução dos jogadores mais jovens, pelo que na temporada seguinte, depois de fazer um golo em oito jogos pelo conjunto de Milão, voltou à Holanda, onde tinham começado as comparações com o estilo de Henry. Entre Campeonato, Taça e provas europeias, marcou 14 golos em cada uma das três épocas em que representou o Twente e transferiu-se para outra liga europeia, neste caso a alemã, ao serviço do Eintracht Frankfurt. Começou bem e a marcar mas seria de novo relegado para o banco, condição que facilitou a saída para o Sporting em 2016, juntando-se a Bas Dost num lote de avançados que perdera Slimani.

Castaignos realizou três jogos no Campeonato da presente temporada, num total de apenas 29 minutos (MIGUEL RIOPA/AFP/Getty Images)

Em Alvalade, não tem tido vida fácil. Praticamente sem oportunidades como titular e muitas vezes fora dos convocados, o holandês acabou por ser emprestado ao Vitesse em 2017/18 depois de uma primeira temporada em que realizou 13 jogos em quatro competições distintas, sem golos. Agora, numa altura de maior carência ofensiva face à lesão de Bas Dost, somou a quarta partida com Peseiro, primeira como titular e a cumprir todo o jogo, mas nem por isso conseguiu quebrar o divórcio com as balizas de verde e branco, acumulando assim um total de 17 jogos e 555 minutos sem qualquer golo. E a próxima reabertura de mercado pode levar o jogador, que custou 2,5 milhões de euros, para outras paragens.