Foi a segunda entrevista sobre o segundo volume das suas memórias que o antigo presidente da república Aníbal Cavaco Silva deu esta sexta-feira. O antigo Chefe de Estado começou a manhã desta sexta-feira a falar com a TSF, e, à noite, foi entrevistado pela SIC. Na entrevista, fez questão de esclarecer que ao referir António Costa no seu livro com “um hábil profissional da política”, estava a fazer um elogio.

Retive a ideia de que [António Costa] era um homem pessoalmente simpático e bem-disposto, de sorriso fácil. Um hábil profissional da política, um artista da arte de nunca dizer não aos pedidos que lhe eram apresentados. Uma habilidade patente na sua política de equilíbrio entre a satisfação dos interesses do PCP e do BE e das exigências de disciplina orçamental da Comissão Europeia”, escreveu Cavaco Silva nas suas memórias.

A “inexperiência” de Passos, a “inaceitável” demissão de Portas, a geringonça e o “taticista” António Costa

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Na entrevista ao canal de televisão, o antigo chefe das forças armadas falou ainda do antigo líder do CDS-PP, Paulo Portas, e do antigo secretário-geral do PS, António José Seguro. Foi a “falta de autoridade” do político socialista que não permitiu um governo de “salvação nacional”, diz o antigo presidente.

“Nunca pensei que BE e PCP se curvassem com tanta facilidade”, diz Cavaco Silva à TSF

Já quanto ao governo de Passos Coelho, Cavaco referiu que a política de comunicação foi um dos principais pontos que falharam, apesar de passar uma mensagem “verdadeira”. Quanto à governação socialista atual, Cavaco Silva disse que existe um “aumento de impostos indiretos que são injustos” nas escolhas que têm sido feitas e que têm recebido o aval do PCP e do Bloco de Esquerda, reafirmando que os dois partidos “se curvaram” ao PS.

Quanto à ausência de Ricardo Salgado, antigo líder do BES, do livro, Cavaco defendeu-se, dizendo que é preciso ter confiança no verdadeiro regulador dos bancos, o Banco de Portugal. Não falou de Salgado como “de nenhum outro” banqueiro, afirmou. “O Presidente não exerce o domínio financeiro”, reiterou.