O líder separatista ucraniano Denis Pushilin, eleito dirigente da região secessionista de Donetsk nas eleições de domingo, prometeu esta quarta-feira prosseguir a “integração” da sua autoproclamada república com a Rússia.

“A orientação em direção à Rússia vai prosseguir. Trata-se não apenas de uma integração cultural e social, mas também económica”, declarou no decurso da sua primeira conferência de imprensa após o escrutínio, denunciado como ilegítimo por Kiev e os ocidentais.

“Não pretendemos ser uma regia subvencionada. O Donbass é capaz não apenas de ganhar a vida, mas também de ultrapassar numerosos estados desenvolvidos”, assegurou Pushilin, que já exercia as funções de dirigente interino após a morte em agosto do seu antecessor num atentado.

O líder da designada República Popular de Donetsk, 37 anos, afirmou que o leste separatista pró-russo “já aprendeu a viver sem a Ucrânia”, e garantiu não perspetivar “uma escalada militar” num conflito que em quatro anos provocou mais de 10.000 mortos.

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De acordo com as autoridades separatistas, Pushilin venceu com larga vantagem as eleições de domingo, com mais de 60% dos votos. Em Lugansk, a outra região separatista, o dirigente interino Leonid Pasechnik, 48 anos, obteve 68% dos sufrágios.

A taxa de participação atingiu os 80% nos dois territórios, de acordo com as autoridades separatistas. Os escrutínios organizados nas duas regiões foram denunciados pela Ucrânia, União Europeia e Estados Unidos, que não reconhecem os resultados. As duas repúblicas separatistas do leste ucraniano proclamaram unilateralmente a independência na primavera de 2014 e admitem uma integração a prazo na Federação russa.

Rússia e Ucrânia registam momentos de grande tensão político diplomática desde a chegada ao poder em Kiev, no inverno de 2014, de dirigentes pró-ocidentais na sequência da “revolta de Maidan”, seguida pela anexação por Moscovo em março da península da Crimeia e do início do conflito com os separatistas no leste do país. Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de apoio militar aos separatistas, uma alegação que Moscovo continua a negar.

Os acordos de paz de Minsk, assinados em fevereiro de 2015 com mediação franco-alemã, permitiram uma redução considerável dos confrontos, mas continuam a registar-se periodicamente incidentes armados na linha da frente.