Depois de a Dolce & Gabbana ter cancelado um desfile na China por acusações de racismo, as grandes plataformas de venda online — como a Alibaba, a JD.com e a Yangmatou — retiraram de venda os produtos da marca italiana. A Dolce & Gabbana viu-se envolvida em polémica após ter lançado uma série de publicidades onde mostra chineses a tentar usar hashi — os paus de madeira usados como talheres na Ásia — para comer pratos típicos do mundo ocidental, mas sem sucesso.

Serão estes anúncios da Dolce & Gabbana racistas e discriminatórios?

O desaparecimento da marca italiana dessas plataformas de vendas pode ter um grande impacto nos negócios da marca: os consumidores chineses representam mais de um terço de todos os clientes da companhia. Numa tentativa de recuperar o mercado chinês, Domenico Dolce, co-fundador da marca, publicou uma mensagem nas redes sociais: “Pedimos desculpa a todos os chineses pelo mundo fora. As nossas famílias ensinaram-nos a respeitar todas as culturas do mundo. Esperamos receber o vosso perdão pelos nossos desentendimentos culturais”.

A Yangmatou revelou nas redes sociais que ia retirar das lojas 58 mil produtos da Dolce & Gabbana porque “a terra mãe é mais importante do que qualquer outra coisa”. Lane Crawford, um designer com outlets por toda a China, disse que ia colocar todos os produtos da marca italiana em saldos porque os clientes começaram a devolvê-los. E em comunicado, Lane Crawford acrescentou: “Acreditamos que as marcas precisam de estar cientes das implicações culturais das suas ações e entender a reação potencial quando os clientes sentem que os seus valores foram desrespeitados”.

Na Alibaba e na JD.com, a página de Internet dedicada à Dolce & Gabbana foi eliminada e nenhum produto da empresa italiana aparece na pesquisa do site. A Yoox Net-A-Porter também tomou essa decisão: neste momento não dá sequer para pesquisar por produtos Dolce & Gabbana na página. A marca confirmou que os produtos italianos não estão disponíveis no site mas recusa-se a tecer mais comentários.

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