O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) vai reunir-se na segunda-feira de manhã com os diretores dos cinco hospitais onde decorre a greve dos enfermeiros em blocos operatórios.

A reunião, que decorrerá a pedido da OM, pretende avaliar a situação das cirurgias adiadas pela greve de enfermeiros que dura há mais de duas semanas, segundo disse à agência Lusa o bastonário Miguel Guimarães.

O representante dos Médicos adiantou ainda que espera que da reunião, que será realizada por videoconferência, saiam “contributos para resolver o problema dos doentes mais graves” que estão a ver a suas cirurgias adiadas.

Já esta sexta-feira, a Ordem dos Médicos tinha emitido um comunicado a avisar que “há muitos doentes prioritários que não estão a ser operados”, pedindo a divulgação dos casos das pessoas com cirurgias adiadas.

“A Ordem dos Médicos estranha o silêncio do Governo e a passividade do Ministério da Saúde em encontrar uma solução que possa contribuir para encontrar pontes que permitam uma resposta adequada para os doentes com situações clínicas complexas”, refere a Ordem dos Médicos num comunicado enviado à agência Lusa.

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A Ordem declara que tem recebido denúncias sobre doentes “com situações clínicas complexas” que têm visto as suas cirurgias adiadas, como consequência da greve dos enfermeiros que começou há duas semanas e que dura até final do mês.

“Existem muitos doentes prioritários que não estão a ser operados”, afirmou à agência Lusa o bastonário da Ordem, Miguel Guimarães.

O representante dos médicos diz que os serviços mínimos não estão a incluir todos os doentes prioritários e que deviam ter sido acautelados serviços mínimos em função da duração da greve, que será de mais de um mês no total.

“O Ministério da Saúde tem de encontrar uma solução para estes doentes”, afirmou.

As denúncias, considera a OM, são “preocupantes e não podem deixar ninguém indiferente”.

A Ordem dos Médicos apela ao Ministério da Saúde para que “assuma a sua responsabilidade” e entende que é fundamental que os hospitais onde decorre a greve divulguem diariamente o número de doentes não operados e a gravidade das suas situações clínicas.

“Os portugueses têm o direito a saber a verdade dos números e a gravidade das situações”, disse Miguel Guimarães à agência Lusa.

Entretanto, a ministra da Saúde veio já defender a divulgação pelos hospitais dos casos das cirurgias adiadas pela greve.

A ministra da Saúde reúne-se sexta-feira ao fim da tarde com as administrações e responsáveis clínicos e de enfermagem dos cinco hospitais públicos onde decorre a greve dos enfermeiros às cirurgias programadas.