O primeiro-ministro cabo-verdiano convidou esta terça-feira os investidores a aproveitarem as condições de estabilidade, confiança, boa governação, localização e posicionamento externo de Cabo Verde para investirem no país, durante a Conferência de Doadores e Investimentos, em Paris.

Com o lema “Construindo Novas Parcerias para o Desenvolvimento Sustentável de Cabo Verde”, a conferência decorre entre esta terça e na quarta-feira na capital francesa.

“Em Cabo Verde, é com o nosso capital humano, a nossa estabilidade, a nossa democracia, a boa governança, a nossa localização e o cosmopolitismo nas relações com o mundo, que transformamos os parcos recursos naturais em educação, saúde, rendimento e bem-estar para as pessoas”, disse o chefe do Governo.

Ulisses Correia e Silva convidou os investidores a aproveitarem as condições de Cabo Verde para “investirem em Cabo Verde com rentabilidade, acederem a mercados da África ocidental e a mercados de proximidade no Atlântico médio” a partir deste país “nos domínios do turismo, dos transportes, da economia azul, das energias renováveis, da economia digital, da indústria e dos serviços financeiros”.

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Enquanto “pequeno Estado insular, o desempenho e sucesso económicos de Cabo Verde dependem, necessariamente, da sua inserção no Sistema Económico Mundial (SEM), num contexto de grande abertura económica e de proximidade a espaços económicos dinâmicos que permitam ao país o acesso a investimentos, capitais, mercados, tecnologia, conhecimento e segurança, para acelerar o crescimento económico”.

“A relação do país com a economia mundial passa a estar assente não numa inserção via ajuda pública ao desenvolvimento, como aconteceu ao longo de várias décadas, mas via investimentos, produção, comércio e integração em redes”, acrescentou.

Nesta conferência, Cabo Verde vai “apresentar um país «em movimento» e as medidas a serem tomadas para dar vida à sua visão de uma “economia circular” integrada” e “explorar oportunidades para um envolvimento mais estratégico com fornecedores das finanças públicas e privadas em apoio às intervenções transformadoras de desenvolvimento”.

Os representantes cabo-verdianos contam apresentar Cabo Verde como “um país parceiro estável e confiável, com registo de realizações”, e “ligar os investidores privados às principais oportunidades de desenvolvimento” neste país.

A criação de “novas parcerias técnicas e financeiras entre os fornecedores das finanças públicas e privadas” está igualmente na agenda da delegação cabo-verdiana.

No início do encontro, o chefe do Governo cabo-verdiano recordou que, “desde a independência, Cabo Verde fez um percurso que contou sempre com a cooperação dos parceiros de desenvolvimento”.

Tendo em conta que muitos dos países que apoiaram e apoiam Cabo Verde estão representados nesta conferência, como Portugal e o Luxemburgo, e instituições como a União Europeia ou o Banco Mundial, Ulisses Correia e Silva reconheceu e agradeceu a cooperação.

José Ulisses Correia e Silva fala em “sucesso” na deslocação a Paris

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, classificou a sua visita a Paris, à procura de investimento para o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do país, como uma aposta ganha.

“O sucesso [desta visita] representa o forte engajamento dos nossos parceiros, não só em termos de presença, mas em termos de financiamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável”, disse o primeiro-ministro, respondendo a questões da Lusa no final de uma conferência promovida pelo Governo na sede do Banco Mundial, em Paris.

O Governo pretende angariar cerca de 750 milhões de euros, entre investimento público e privado, para desenvolver a economia azul, o turismo, os negócios, a indústria e os serviços financeiros, de forma a criar um desenvolvimento económico sustentável que reduza as desigualdades que persistem entre a população cabo-verdiana.

“Cabo Verde precisa do apoio dos seus parceiros, muitos tradicionais e outros novos, para deixarmos de ter mais necessidade de ajuda num futuro que queremos construir com mais sustentabilidade”, referiu o primeiro-ministro, ressalvando o papel de Portugal como “parceiro de referência”.

Cabo Verde anunciou ter fechado acordos com diversos países e entidades, entre eles uma parceria com o Banco Mundial para o sector da educação no valor de quase nove milhões de euros e outro com a União Europeia para a boa governação, desenvolvimento e competitividade do sector privado, este no valor de dez milhões de euros.