O jogador Neymar irá ser julgado em Espanha pelos crimes de corrupção e fraude. A decisão foi tomada pela Audiência Nacional, tribunal com instância judicial especial no país, que rejeitou os recursos apresentados pela defesa do jogador do Paris Saint-Germain esta sexta-feira, segundo avança a Cadena Ser.

No auto do tribunal pode ler-se que, pelas suspeitas de ocultação do preço real na sua venda do Santos, do Brasil, para o Barcelona, serão julgados Neymar, os seus pais, o F.C. Barcelona e o Santos F.C. “por alegados delitos de fraude, na sua modalidade de simulação contratual e corrupção entre particulares”.

Este entendimento é diferente do de outras fontes jurídicas, que tinham falado ao El País no início deste mês. À altura, as informações de que o jornal dispunha davam conta de que, como o delito de corrupção teria sido cometido no Brasil por cidadãos brasileiros, Espanha não teria jurisdição para julgar Neymar por esse crime no seu território nacional.

A Audiência Nacional, contudo, teve um entendimento diferente. Como justificação para a sua decisão está o facto de uma entidade espanhola (o Barcelona) e dois cidadãos espanhóis (o seu presidente e o vice-presidente) terem estado alegadamente envolvidos nos crimes em questão. Para além disso, o tribunal também valorizou o facto de Neymar ter acabado por ter residência habitual em Espanha após os factos do alegado crime.

Em causa está o chamado caso DIS, sobre o valor dos direitos do jogador. A empresa DIS, que detinha 40% dos direitos sobre Neymar, afirma ter sido vítima de fraude sobre o valor real da venda do jogador aquando do negócio entre o Santos e o Barcelona, que teriam combinado, com a cumplicidade do jogador e da sua família, um valor superior daquele que foi comunicado à DIS.

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