Recordes de lucros são bons, mas dos prejuízos ninguém quer falar. Infelizmente para a Jaguar Land Rover, não há hipótese de não falar de um resultado tão negativo, que levou as duas marcas britânicas a anunciar que depois de um ano mau, o último trimestre se revelou catastrófico, com as perdas (antes de impostos) a atingirem 3,4 mil milhões de libras, cerca de 3,9 mil milhões de euros.

O mais dramático é que este mau resultado surge depois do grupo ter anunciado para 2019 um corte de 5.000 postos de trabalho como forma de reduzir os custos fixos, integrado num plano de poupança de 2,79 mil milhões de euros. E, apesar de tudo isto, este mau 4º trimestre foi o terceiro consecutivo para o grupo inglês.

Não há aparentemente nada de mau com os veículos produzidos, tanto pela Jaguar como pela Land Rover, o problema é que estão a fabricar veículos que o público não está muito inclinado a comprar. A enorme dependência de motores diesel prejudicou ambas as marcas, sobretudo no Reino Unido e na China, onde este tipo de motorização começou a cair em desuso, o que se comprova pela queda de 47% das vendas, só no mercado chinês.

Como se não bastassem as más notícias, no capítulo financeiro, há também a questão da procura, pois dos 13 modelos das duas gamas, os únicos que crescem são o eléctrico I-Pace e o E-Pace, o pequeno SUV da Jaguar. Sucede que ambos são feitos na Magna, um pequeno fabricante austríaco independente, que fabrica para meio mundo – além da Jaguar, produz os novos BMW Z4 e Toyota Supra –, o que não facilita a vida às fábricas britânicas.

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