As autoridades francesas já analisaram cerca de 12 milhões de ficheiros no âmbito do caso Football Leaks, de forma a entender quais são as informações úteis para a investigação. O anúncio foi feito esta terça-feira depois de a Eurojust, o órgão da União Europeia responsável pela luta contra a criminalidade organizada, ter reunido em Haia, na Holanda, para abordar os desenvolvimentos na investigação francesa às suspeitas de fraude fiscal e lavagem de dinheiro originadas pelo Football Leaks.
O encontro deu-se entre dez países e contou com a presença das autoridades belgas e francesas, bem como de António Cluny, o representante de Portugal no Eurojust, que participou na conferência de imprensa.
#footballLeaks: French judicial authorities have made a first analysis of 12 million files, screened to check which are useful to the investigation. Today’s meeting made the authorities from different countries aware of potential, important cross-matches
— Eurojust (@Eurojust) February 19, 2019
A reunião desta terça-feira, revelou a Eurojust através do Twitter, serviu para “alertar as autoridades dos diferentes países de possíveis cruzamentos de informação importantes” e tratou-se da “primeira reunião organizada entre as autoridades judiciais no caso Football Leaks, para apurar ao detalhe o que tem sido feito na investigação francesa e discutir a partilha de informação”.
National Member of France at Eurojust: “Today, we will give you an overview of the #footballleaks case and explain how we work together to coordinate the investigation” pic.twitter.com/Ma8jsYwU4S
— Eurojust (@Eurojust) February 19, 2019
Num comunicado anterior, o Eurojust refere que em dezembro de 2016, depois da publicação de uma série de artigos sobre o mundo do futebol baseada em documentos obtidos por terceiros, as autoridades abriram uma investigação criminal sobre lavagem de dinheiro e fraude fiscal agravada cometida por um grupo organizado. Mas tarde, em 2018, foram revelados mais artigos referentes a novos crimes.
Football Leaks. Os negócios milionários, as cláusulas estranhas, Ronaldo e o delator português
Preso em Budapeste a 16 de janeiro, Rui Pinto é referido como sendo o principal denunciante nas revelações que levaram ao escândalo Footeball Leaks, sendo que em Portugal é acusado de acesso ilegítimo, extorsão qualificada tentada e violação de segredo. O alegado hacker do Benfica associado à divulgação dos emails do clube da Luz, revelou recentemente ser John, o whistleblower do Football Leaks que revelou mais de 70 milhões de documentos que implicam várias entidades ligadas ao mundo do futebol.